A Ease Labs Pharma, especializada no mercado de produtos à base de cannabis medicinal, acaba de assinar uma linha de venture debt de R$ 15 milhões com o Itaú BBA para investimento em expansão e incrementos na área de pesquisa & desenvolvimento (P&D).
“Estamos muito felizes, não apenas pela possibilidade de acelerar ainda mais o nosso negócio, mas também por podermos contar com a chancela de uma das mais importantes instituições financeiras do país”, afirma Gustavo Palhares, CEO da Ease Labs. “Com o crescimento do valor da empresa de maneira exponencial nos próximos anos, projetado para mais de dez vezes, o venture debt vem como uma alternativa bastante positiva para os acionistas”, completa.
No ano passado, o Itaú BBA, banco de investimentos do Itaú Unibanco, criou uma estrutura de venture debt para empresas — uma forma de dívida não conversível dedicada a empresas inovadoras com alto potencial de crescimento, que conta com uma remuneração adicional, o kicker, ligado ao aumento do valuation da empresa. É uma forma do banco apoiar essas empresas em fase de amadurecimento e se beneficiar com o sucesso do negócio.
“Viabilizar operações de venture debt para apoiar empresas e startups, do estágio inicial até o crescimento, também visa destravar o potencial de valorização dos clientes em rodadas futuras de captação. Enxergamos na Ease Labs uma empresa capitalizada, já com fluxo de caixa bastante previsível e que atua em um novo mercado, ou seja, unimos um retorno bastante atraente para o banco com o apoio a uma empresa com excelentes perspectivas de crescimento”, afirma Caio Viggiano, managing director de renda fixa do Itaú BBA.
Desde 2019, o banco possui uma área especializada em empresas de tecnologia, criada em meio ao considerável crescimento de investimentos de venture capital no país. Para se ter uma ideia, o total de investimentos do tipo no Brasil chegou a R$ 46,5 bilhões em 2021, quase oito vezes superior aos R$ 6 bilhões investidos em 2018.
Crescimento do mercado e boas novas para o futuro
A RDC 327 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), regulamentação que representou o marco principal da cannabis no país, foi publicada há pouco mais de três anos — em março de 2020 — e, desde então, a procura por tratamentos com a substância tem aumentado. É o que mostra uma pesquisa recente do setor que identificou um crescimento de 342,3% nas vendas de produtos à base de cannabis nas farmácias brasileiras, desde 2018. O número de médicos que prescrevem tratamentos com canabinoides também aumentou 146% — de 6,3 mil profissionais em 2021 para 15,4 mil em 2022. Já as prescrições cresceram 487,8% somente em 2022.
Segundo projeção da Kaya Mind, empresa nacional especializada em dados e inteligência de mercado no segmento, o setor deve movimentar R$ 655 milhões somente no ano de 2023 e, em 2024 pode chegar a R$ 917,2 milhões.
Em fevereiro deste ano, a Ease Labs Pharma passou a disponibilizar seu primeiro produto fabricado em solo nacional para comercialização, pela rede Raia Drogasil, em 23 estados do país — o Canabidiol Ease Labs 100mg/ml, conhecido como CBD isolado. O produto foi aprovado pela Anvisa em novembro do ano passado, é vendido com apresentação de receita e pode ser prescrito por médicos de qualquer especialidade, para as condições que julgarem adequadas.
Com o início das vendas nas farmácias, os novos aportes e outras novidades previstas ainda para este ano, a expectativa é seguir ampliando a receita. “Fechamos 2022 com faturamento cinco vezes superior ao ano de 2021 e, em 2023, queremos crescer no mínimo cinco vezes mais”, finaliza Palhares, CEO da farmacêutica.