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Healthtechs: 5 dicas para posicionar uma startup de saúde no Brasil

por Rafael Kenji Hamada
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No Brasil, o atendimento médico é influenciado por uma complexa legislação, diversidade regional e um Sistema Único de Saúde (SUS) robusto. Neste cenário, para escalar uma healthtech, é fundamental entender o contexto, incluindo tanto o atendimento público quanto o privado, e o comportamento de consumo do usuário na região. A percepção dos serviços varia conforme a classe econômica e a disponibilidade deles, que é maior em grandes centros urbanos e capitais. Portanto, uma pesquisa detalhada para captar as diversas realidades do público-alvo é essencial antes do lançamento de qualquer solução. Uma estratégia bem definida e um entendimento profundo do setor é fundamental para atrair investidores, que buscam empreendedores experientes e conscientes das necessidades do mercado. Um planejamento estratégico eficaz deve incluir análise profunda dos concorrentes e de empresas internacionais. O mercado de saúde no brasil é dividido em três principais cenários distintos: 77% da população dependente do SUS, demandando atendimento público; um mercado privado dominado por poucos e grandes players; e uma população sem plano privado que busca alternativas como clínicas populares, telemedicina e planos de benefícios.

1 – Entender bem o mercado e suas variações 

Para posicionar uma healthtech no Brasil, é essencial compreender profundamente o segmento de saúde, que é altamente influenciado por fatores regionais, culturais e socioeconômicos. A diversidade do país significa que as necessidades e expectativas dos usuários podem variar amplamente de uma região para outra. Realizar uma pesquisa detalhada para identificar essas variações ajudará a adaptar produtos e serviços às demandas locais, aumentando a relevância e a aceitação da startup entre diferentes públicos.

2 – Conhecer o comportamento do usuário

Entender o comportamento do usuário é o primeiro passo para desenvolver soluções que realmente atendam às suas necessidades. Isso inclui estudar como diferentes grupos utilizam serviços médicos, suas preferências de atendimento e as barreiras que enfrentam no acesso aos cuidados. Investir em pesquisas qualitativas e quantitativas para mapear essas tendências e adaptar a solução às expectativas dos usuários pode ser um diferencial competitivo importante.

3 – Realizar análise detalhada da concorrência

Uma análise de concorrência abrangente, tanto nacional quanto internacional, é fundamental para identificar oportunidades, ameaças e desafios. Conhecer os principais players, suas estratégias e suas inovações podem fornecer pistas relevantes para diferenciar uma startup. Além disso, estudar cases de sucesso de outros países pode inspirar adaptações criativas que se alinhem ao contexto brasileiro, ajudando a empresa a se posicionar de maneira mais eficaz.

4 – Fazer testes antes do lançamento do produto final

Antes de lançar o produto final, é importante conduzir testes rigorosos para garantir que ele atenda aos padrões de qualidade e segurança esperados. Pilotos controlados e avaliações de usuário podem fornecer feedback crítico que permite ajustes e melhorias. Esse processo não só aumenta a chance de sucesso no lançamento, mas também ajuda a construir confiança com os consumidores e parceiros desde o início.

5 – Validar o produto primeiro em um grupo específico

Inicialmente, é preciso validar o projeto em um grupo específico, para depois expandir para outros setores. Na saúde, atuar simultaneamente nos setores público e privado pode ser desafiador devido às diferenças de acesso e de comportamento dos consumidores. Focar em um grupo específico permite aprimorar a solução com base em feedbacks reais e ajustar a estratégia conforme necessário, antes de uma expansão mais ampla, aumentando as chances de sucesso e aceitação no mercado.

Atuar no mercado de saúde brasileiro é desafiador, apesar do tamanho da população e da grande demanda por serviços de qualidade. A burocracia e ausência de normas mais modernas criam dificuldades para o empreendedor que pretende atuar na saúde. Contudo, com um bom direcionamento, e um entendimento adequado das regras do sistema de saúde brasileiro, uma healthtech criada no país tem grande chance de ganhar escala e melhorar o setor, carente de soluções que impactem diferentes realidades.

Rafael Kenji Hamada, médico e CEO da Health Angels Venture Builder.

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