A medicina personalizada não é um conceito novo. Hipócrates o teorizou, dizendo que o mais importante é entender que tipo de pessoa tem determinado tipo de doença, e não o contrário. Embora atualmente já está claro que pessoas reagem a medicamentos ou desenvolvem sintomas de forma diferente, não havia muitos recursos antigamente para entender essas diferenças e oferecer atendimento individualizado aos pacientes.
Hoje, a medicina personalizada se tornou uma realidade, graças aos avanços em duas áreas da tecnologia: o sequenciamento de DNA de última geração e análise de big data. Esses dois processos geram um volume de dados sem precedentes que precisa ser armazenado de forma rápida, acessível e com eficiência energética. Para hospitais e outras instalações médicas, a magia disso tudo é ser capaz de dar sentido a esses dados e usá-los para entender as necessidades dos pacientes e oferecer um atendimento adequado.
O sequenciamento de DNA é uma parte vital da prestação de serviços personalizados de saúde. Ele permite que os médicos entendam a composição genética das pessoas e tenham mais conhecimento das semelhanças e diferenças que afetam as reações aos medicamentos e a suscetibilidade a determinadas doenças. O principal benefício para os pacientes é receber um plano de tratamento de acordo com as necessidades individuais.
O primeiro sequenciamento bem-sucedido de DNA humano levou dez anos, a um custo de 3 bilhões de dólares. Hoje, graças às máquinas de última geração e à capacidade de armazenamento rápido de dados, é possível sequenciar o DNA em menos de uma hora por menos de US$ 1.000.
O principal desafio dos médicos atualmente é conseguir analisar rapidamente as amostras de DNA de vários pacientes, porque uma tecnologia ultrapassada simplesmente não consegue fazer isso. A antiga infraestrutura de armazenamento de dados baseada em discos giratórios é muito lenta e, portanto, o ritmo do progresso é muito mais demorado.
Uma das grandes vantagens da tecnologia flash para armazenamento é que ela permite a coleta e a análise simultâneas de dados genômicos de dezenas de pacientes. Isso reduz o tempo necessário para sequenciar o mesmo número de pessoas. O sequenciamento pode, então, ser feito em grande escala, tanto em termos de computação quanto de armazenamento, o que reduz o custo do processo e, ao mesmo tempo, aumenta a escala. Quanto mais pessoas forem sequenciadas, mais dados poderão ser extraídos e melhor será a compreensão de como a medicina pode ajudar as pessoas.
Como lidar com a explosão de dados
Os dados do setor da saúde são heterogêneos em termos de formato, tamanho e frequência de uso. Inclusive, a diferença de tamanho dos arquivos de imagem e dos arquivos genômicos pode variar entre uma e mil vezes maior. Além disso, o volume de dados criados está aumentando rapidamente — petabytes de informações são produzidos por cada hospital. Isso representa um grande desafio para organizações que precisam decidir como armazenar de forma eficiente e útil.
Nesse contexto, é necessário ter uma infraestrutura que ofereça desempenho e capacidade suficientes para lidar com essa explosão de dados e oferecer medicina personalizada em escala. Atualmente, somente o armazenamento flash de alta capacidade é capaz de atender a essas expectativas. Investir em tecnologia flash preparada para o futuro não é mais uma opção para os hospitais, mas uma necessidade para desenvolver sua experiência em medicina personalizada e fornecê-la em escala. Afinal, esse é o futuro da medicina e o investir agora é essencial para que ele aconteça.
Flash e a medicina personalizada de última geração
Diante desses desafios, as tecnologias tradicionais de armazenamento estão desatualizadas e obsoletas. As unidades de disco rígido consomem muita energia, ocupam muito espaço, são lentas e incapazes de lidar com a explosão de dados e a necessidade de análises rápidas e em grande escala. Superar esses obstáculos agora é essencial para hospitais e instalações médicas se quiserem oferecer um serviço de medicina personalizada aos seus pacientes.
Existem algumas soluções em flash que podem atender a essas necessidades devido ao seu paralelismo, baixo custo, redução de pegada de carbono e baixo consumo de energia. Os benefícios não se referem apenas à velocidade do insight e do diagnóstico mais rápido, mas também à redução de necessidade de espaço físico e do uso de energia, o que é bom para o meio ambiente e reduz os custos.
Muitas organizações do setor da saúde já demonstram o impacto da tecnologia flash na aceleração dos recursos de análise genômica, como o Swiss Health2030 Genome Center e o Australian Genome Research Facility (AGRF).
Assistência médica voltada para o futuro
Hoje, os profissionais de saúde não precisam mais se perguntar se existe uma tecnologia que os ajudem a aumentar a atividade genômica para o benefício dos pacientes. O impacto da adoção dessa tecnologia para os pacientes é imediato: eles recebem o tratamento mais adequado sem gastar tempo ou até mesmo arriscando suas vidas testando diferentes soluções ou medicamentos. Ao encontrar variações genômicas nos pacientes, os profissionais de saúde podem avaliar diretamente a sensibilidade de cada um aos medicamentos e a eficácia, para que possam prescrever o tratamento ideal desde o início.
Ao combinar os dados de várias plataformas de diagnóstico, como imagens médicas e patologia digital, com os resultados da análise de DNA, o médico tem uma visão completa das informações do paciente para tomar uma decisão informada sobre o melhor tratamento. Essa abordagem de medicina personalizada é o tipo de atendimento que qualquer paciente tem o direito de esperar de um hospital atualmente.
*Paulo de Godoy é country manager da Pure Storage no Brasil.