Até pouco tempo atrás, conhecer a fundo o DNA de cada pessoa parecia um universo distante, confinado aos laboratórios de pesquisa que consumiam orçamentos astronômicos. Hoje, porém, é possível ter acesso a informações valiosas sobre saúde e origens com uma simples amostra de saliva.
A redução dos custos dos testes que avaliam nosso DNA é resultado de avanços tecnológicos que permitem análises rápidas e precisas. Em 2001, mapear o DNA de uma pessoa custava milhões de dólares. Esse valor caiu drasticamente com o desenvolvimento de novas metodologias e com o apoio de plataformas de bioinformática e inteligência artificial. Atualmente, é possível realizar análises complexas em poucos dias, entregando dados traduzidos para uma linguagem acessível sobre características genéticas e predisposições de saúde.
O que antes era um privilégio de poucos, agora está ao alcance de muitos. O mercado de testes genéticos tem registrado crescimento contínuo, impulsionado pela busca por um cuidado preventivo e personalizado e pela importância de obter insights relevantes para o desenvolvimento de políticas públicas em saúde.
Dia desses, fui impactado pela história da paulista Marinalva Fagundes, que é um exemplo de como esse conhecimento pode transformar vidas. Apesar de seguir uma dieta rigorosa e restrita em açúcar, encontrava dificuldades para controlar a diabetes e emagrecer. Com os resultados de seu teste genético, ela descobriu que seu perfil genético indicava que uma dieta Low Fat, com consumo moderado de açúcar natural das frutas, poderia trazer melhores resultados. Com essa informação, seu médico ajustou a dieta, e o resultado foi surpreendente: Marinalva eliminou 16 kg e conseguiu controlar o diabetes sem necessidade de medicação.
Assim como Marinalva, o teste genético pode ajudar muitas pessoas a promover mudanças significativas nos hábitos pessoais. Uma pesquisa com a base de consumidores da Genera revelou que 77% dos clientes adaptaram suas rotinas de vida com base nas informações fornecidas, ajustando a alimentação, tomando precauções com predisposições identificadas e iniciando atividades físicas, por exemplo.
A democratização da genética está apenas no começo, mas promete transformar o autocuidado e o entendimento de nossa própria saúde, alinhando a tecnologia com o bem-estar. Segundo um artigo da revista Science, o uso de dados genéticos em cuidados médicos personalizados já se tornou realidade, promovendo escolhas mais conscientes e saudáveis. A expectativa é que o público continue a se interessar cada vez mais por essa prática nos próximos anos.
Gustavo Riedel, Diretor de Genômica LATAM na Dasa.