Casa Ondina Lobo, em parceria com a USP e a UFMG, cria Projeto inédito de rastreio da depressão em pessoas idosas

A Casa Ondina Lobo — (zona Sul de SP), instituição sem fins lucrativos, que há 73 anos atende gratuitamente e de forma integral pessoas idosas sem recursos — anuncia o lançamento de seu terceiro projeto com certificado FMID – Fundo Municipal do Idoso: Plataforma Tecnológica de Apoio à Saúde Mental 60+. O projeto tem coordenação científica da Universidade de São Paulo – USP e da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e gestão e coordenação da equipe multidisciplinar da Ativa Longevidade. Seu principal foco é capacitar o profissional de saúde  no processo de avaliação do rastreio de sinais e sintomas de depressão em pessoas idosas.

Desenvolvida pela Medlogic, a nova plataforma é inédita. Em um movimento inovador no campo da saúde, esse projeto traz uma nova proposta para identificar pessoas com depressão em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Essa abordagem, pioneira em sua essência, está chamando a atenção para a urgente necessidade de se abordar a saúde mental dos idosos, na comunidade e nessas instituições. Empregando ferramentas científicas validadas e reconhecidas tanto no Brasil quanto no cenário internacional, o projeto não se limita apenas aos profissionais médicos, estende-se a toda a equipe interdisciplinar, promovendo um ambiente de cuidado integrado e eficaz.

O que torna esta iniciativa particularmente relevante é o seu caráter inovador, mesmo em comparação com as práticas existentes no Reino Unido, onde a empresa Medlogic tem filial. Este projeto não é apenas sobre aplicar tecnologia, é uma evolução na forma de abordar a saúde mental, especialmente em idosos moradores em ILPIs. Ele reconhece que cada indivíduo tem suas próprias histórias e necessidades, que se intensificam com o declínio funcional e incapacidades. A avaliação holística adotada aqui é a chave para se lidar com a depressão, comum nesta faixa etária, oferecendo uma solução que vai além do convencional, direcionada às necessidades únicas de cada pessoa idosa.

Estamos diante de um refinamento no cuidado à pessoa idosa, onde a saúde mental é finalmente colocada no centro das atenções. A multiplicação do conhecimento e aplicação é um dos pilares do projeto, envolvendo a Casa Ondina Lobo e mais 11 ILPIs.

Desde que o projeto começou a ser desenvolvido, em agosto de 2022, uma equipe multidisciplinar — composta por profissionais das áreas de psicologia, gerontologia, educação física, fisioterapia, farmácia, fonoaudiologia, psiquiatria e geriatria — trabalhou na formulação de um protocolo em parceria com  o Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e do Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG.  O projeto teve início no primeiro semestre de 2023 com um piloto  com 70 pessoas idosas moradoras na Casa Ondina Lobo e, agora, a plataforma já está em uso e disponibilizada gratuitamente aos profissionais de outras ILPIs. O acesso pode ser feito à distância de forma segura, pois utiliza tecnologia em nuvem e atende todas as normativas da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

A expectativa, nesse primeiro momento, é capacitar 200 profissionais da área de saúde e beneficiar mais de 400 pessoas idosas. Dia 31 de janeiro, em apoio ao Janeiro Branco, será realizado evento para profissionais das 11 ILPIs que participam do projeto, localizadas na região metropolitana de São Paulo, como parte de um amplo programa de capacitação.

“Esse é um projeto que, sem dúvida, gera também um grande impacto social”, afirma o médico Rogério Rabelo, diretor voluntário de saúde da Casa Ondina Lobo. Segundo o médico, a plataforma possibilita uma visão multidisciplinar da pessoa idosa.

A metodologia do projeto também inclui o acompanhamento dos idosos rastreados com maior risco de depressão através do monitoramento à distância que é feito pela equipe multidisciplinar do projeto, apoiando a equipe assistencial de cada ILPI.

Sobre a capacitação dos Profissionais das ILPIs – A plataforma é facilmente aplicável. A capacitação dos profissionais é bastante detalhada sobre os processos de implantação e avaliação. Com um formato híbrido, as sessões propõem simulações sobre as coletas dos dados para o rastreio da depressão e registro no sistema para o cálculo automático dos parâmetros, além de ciclos de aprendizagem vivencial para troca de experiências entre os participantes.

Também é oferecido um processo de Telemonitoria às Instituições após as coletas e resultados, com o propósito de manter apoio e orientações aos profissionais das equipes das ILPIs durante o Projeto.

O Projeto foi financiado pelo FMID, através das doações incentivadas   do Banco Bradesco, Banco Daycoval, Losango, Norte Energia, Pinheiro Neto, Sem Parar, EY, Takeda e Sodexo.

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