Na última semana, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou a nova versão da S.A.R.A.H. (Smart AI Resource Assistant for Health), avatar de inteligência artificial interativo que dá dicas de saúde e informações sobre doenças. A tecnologia está preparada para responder perguntas em até oito idiomas e, embora ainda esteja em fase de testes e ofereça informações limitadas, representa um avanço potencialmente transformador no acesso da população à informação médica.
Desenvolvida durante a pandemia, a Sarah ajudou a combater a desinformação sobre a COVID-19. Agora, o avatar também fornece informações sobre os principais tópicos de saúde, incluindo saúde mental, e tem experiência para ajudar a prevenir algumas das maiores causas de morte no mundo, como câncer, doenças cardíacas, doenças pulmonares e diabetes.
Para Ricardo Moraes, médico e Diretor de Soluções para Prática Médica da Afya, “o uso da inteligência artificial pela OMS é um passo significativo em direção à democratização das informações de saúde para o público em geral, mas ainda é preciso cautela”. Isso porque embora ofereça um benefício inicial ao encorajar as pessoas a buscarem ajuda médica, a falta de capacidade para fornecer informações específicas e precisas pode potencialmente gerar confusão ou até mesmo negligência por parte dos usuários.
“Além disso, a qualidade e a veracidade das informações são questões cruciais, especialmente considerando os riscos associados a diagnósticos incorretos ou sugestões de urgências médicas equivocadas, que não apenas prejudicam os pacientes individualmente, podendo causar pânico desnecessário, mas também sobrecarregam os sistemas de saúde pública”, explica. A OMS reconhece que a tecnologia ainda precisa de aprimoramento e que assim como qualquer sistema de IA, será aperfeiçoado a partir da interação humana.