ANS apresenta novos modelos de remuneração para operadoras de saúde

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apresentou os resultados do Grupo Técnico de Remuneração, criado em setembro de 2016 com o objetivo de debater os modelos de pagamento de prestadores. Após quase um ano de encontros e discussões sobre o tema, algumas operadoras de planos de saúde já implementaram novos modelos. Os cases foram compartilhados durante as reuniões, servindo como norte e motivação para as demais. O evento contou com a participação de quase 80 representantes de operadoras, prestadores de serviço, órgãos de defesa de consumidor e entidades que representam o setor. O encontro foi transmitido via Periscope e houve interação de quase 100 pessoas.

Na abertura do evento, a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos e diretora Interina de Desenvolvimento Setorial da ANS, Karla Coelho, apresentou um histórico das reuniões anteriores e a tipologia dos modelos de remuneração, bem como experiências no Reino Unido e em Portugal. Segundo ela, “o desafio é tentar mudar a engrenagem do setor saúde com novos cenários de remuneração na saúde suplementar. A ideia dos encontros é construir coletivamente uma proposta”. Karla salientou que o modelo de atenção em saúde está intimamente ligado ao modelo de remuneração. Ela também reforçou que a questão da qualidade em saúde é importante para o setor.

A diretora apresentou cinco ações inter-relacionadas que podem estimular a competição baseadas em valor nos cuidados de saúde:

  1. Colocar o paciente no centro dos cuidados
  2. Tornar transparentes os dados sobre resultados
  3. Padronizar métodos para pagar pelo valor
  4. Parar de recompensar o volume
  5. Criar escolhas para pacientes e prestador

Para a especialista em Regulação da Diretoria de Desenvolvimento Setorial da ANS, Daniele Silveira, que fez um resumo das experiências apresentadas nos encontros anteriores, é preciso fazer uma discussão transversal porque embora as condições de saúde sejam distintas, o paciente é único. Ela também deixou claro que a ANS não está definindo nenhum modelo de remuneração, mas que é preciso haver estimulo à inovação na saúde suplementar. Daniele mostrou experiências na Universidade de São Paulo, no Hospital Mãe de Deus e Unimed Porto Alegre, Unimed Belo Horizonte e Unimed Volta Redonda. Houve também divulgação do calendário com as próximas reuniões do grupo: dias 29/09, 07/11 e 05/12. Em dezembro haverá a apresentação do relatório final do GT Remuneração.

Posteriormente houve o debate, e todos os presentes puderam opinar sobre o modelo de remuneração que julgam ser mais eficaz.

Ao final, a Echos Innovation Projects apresentou uma proposta de modelo de governança: o Check-in da Saúde. A metodologia utilizada pela Echos mostrou que é preciso a triangulação parcerias, transparência e qualidade e experiência positiva para que o beneficiário perceba esses princípios por parte da ANS. Eles também identificaram os seguintes papéis da ANS: esclarecedora (guardião das transparências), mediador (guardião das relações), bonificador (guardião do reconhecimento) e analista (guardião da qualidade). Muitas dessas funções já são exercidos pela ANS, mas é preciso reforçar esse posicionamento.  O projeto está disponível em www.projetoans.echos.cc. 

O objetivo final do projeto é fornecer os pilares para a implementação de modelos complementares de remuneração para o sistema de saúde suplementar, para que traga mais eficiência e transparência ao sistema e qualidade de serviço ao paciente. A equipe da Echos mostrou as etapas do processo de construção do projeto, bem como os principais desafios e propósito do setor no país, identificando necessidades e soluções. Os próximos passos envolvem o desenvolvimento da solução, tendo a tecnologia como viabilizador das relações. Para isso, é necessário que os participantes estejam dispostos a participar dessa construção. Desta forma, será possível construir um piloto para ser testado juntamente a ANS e aos demais stakeholders do sistema de saúde suplementar.

No encerramento, a diretora Karla Coelho definiu a formação de quatro subgrupos e a coordenação de cada um deles: atenção primária, atenção especializada, assistência hospitalar e um grupo de alinhamento da discussão e conceitos. Com informações da Agência ANS.

Related posts

Movimento em prol de saúde mais inclusiva tem apoio da ANS

Parcerias público-privada podem garantir sustentabilidade do SUS

Abramge criar comitê para conhecer profundamente os problemas da judicialização da saúde