O Grupo UniEduK, por meio do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ) e do Centro Universitário Max Planck (UniMAX), lançou nesta semana o novo Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM). O programa será desenvolvido nos próximos dez anos e tem como foco, em parceria com o poder público e universidades, oferecer novos e avançados métodos de tratamento em saúde mental para moradores de Indaiatuba e Jaguariúna, no interior de São Paulo.
A diretora geral da UniMAX, professora Luciana Mori, lembrou que ter um projeto de pesquisa dessa monta, com a participação de uma instituição de ensino privada, é algo inédito no Brasil. “O que buscamos com a parceria público-privado é entregar para a população uma saúde mental de qualidade. Este é apenas o pontapé inicial de um projeto extremamente inovador e a nossa pretensão é que, aliado as melhores práticas e técnicas, possamos entregar à sociedade pessoas emocionalmente muito mais saudáveis”, salientou.
Já o diretor geral da UniFAJ, professor Flávio Pacetta, ressaltou a importância da continuidade que o projeto oferece. “O CISM é um programa contínuo, não é uma ação que será desenvolvida em um dia e depois se encerra. É algo totalmente inovador no país e um verdadeiro legado que deixaremos para nossos filhos e netos. Estamos falando de um programa que vai beneficiar não somente estudantes e professores dos cursos da área da saúde, mas principalmente moradores de Indaiatuba e Jaguariúna, uma vez que isso abre a possibilidade de vários outros órgãos e setores do poder público e do terceiro setor se agregarem para o desenvolvimento de outros projetos derivados”, disse.
O projeto foi apresentado oficialmente nas duas cidades e contou com a presença de autoridades locais, membros do governo de São Paulo, bem como docentes e alunos dos cursos de medicina, biomedicina, psicologia, enfermagem, farmácia, nutrição e fisioterapia. Ainda presentes nos eventos estavam diretores e o mantenedor do Banco Industrial do Brasil e do Grupo UniEduK. Estiveram presentes também os prefeitos de Indaiatuba e Jaguariúna.
“As pessoas estão perdendo os vínculos afetivos com família e amigos e isso traz um prejuízo enorme ao longo do tempo. Por isso, um projeto com essa magnitude, prevê um acompanhamento mais clínico nas ações que envolvam a saúde mental”, comentou o prefeito de Indaiatuba, Nilson Gaspar. “O CISM é um marco para que toda a municipalidade esteja engajada com instituições renomadas do Brasil e no mundo. Não podemos tratar de maneira igual os desiguais. E quando falo tratar diferente é porque essa pessoa merece uma atenção especial”, completa o prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis.
Saúde mental e qualidade de vida
Atualmente no estado de São Paulo, 12% de toda a população necessita de algum tipo de atendimento relacionado à saúde. E, para atender essa demanda cada vez mais crescente, o CISM atuará basicamente em três eixos. O primeiro envolve a necessidade de avançar nas pesquisas em Neurociência de Precisão em saúde mental. Isso será vinculado à Coorte Transgeracional Brasileira de Alto Risco para Transtornos Mentais, que permite pesquisadores e estudantes em ciências de saúde mental de ponta investigar os fatores genéticos e ambientais que precipitam transtornos mentais em um estudo com 2.511 crianças e adolescentes acompanhados por mais de uma década.
A segunda área tem como foco desenvolver e testar novas tecnologias de intervenção em transtornos mentais, utilizando de soluções digitais e criando hubs de inovação no Estado de São Paulo. Entre estas iniciativas está o desenvolvimento de um aplicativo para tratamento de alcoolismo por meio do uso de um bafômetro portátil acoplado ao celular do paciente, premiando o tempo de abstinência de forma progressiva.
O terceiro eixo vai atuar sobe a perspectiva de reduzir o tempo entre a descoberta de intervenções eficazes em saúde e sua utilização na prática clínica, percurso que hoje leva em torno de 20 anos. O CISM desenvolverá estudos com foco na implementação de intervenções de saúde mental sofisticadas, como terapia cognitivo-comportamental pela internet e visitas domiciliares focadas no apego seguro de mães e bebês ao SUS.
O CISM será desenvolvido em parceria com a USP, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a Universidade de Yale, a Universidade de Harvard, a Universidade do Minho, o Instituto Karolinska, além da iniciativa privada por meio do Banco Industrial do Brasil.