Brasil ocupa quarta pior posição em ranking de saúde mental: Como as empresas podem promover o bem-estar no trabalho

A pauta da saúde mental vem ganhando espaço no mundo corporativo e além. Ainda assim, os índices não são favoráveis: o Brasil ocupa a quarta pior posição em ranking de saúde mental, com nota 53, em escala de até 110. O estudo “The Mental State of the World”, publicado pela Sapien Labs neste mês, foi realizado com mais de 500 mil pessoas, em 71 países, a fim de levantar a qualidade da saúde mental de maneira global. Para a Vidalink, maior empresa de plano de bem-estar corporativo do Brasil, o programa de bem-estar das empresas precisa considerar as necessidades específicas e os pontos de partida dos colaboradores para terem os recursos necessários no cuidado contínuo da saúde mental.

O estudo “Check-up de bem-estar 2023” que ouviu 8.900 pessoas, realizado pela Vidalink, reforça essa demanda no mercado de trabalho: a maioria dos profissionais (63,1%) sente ansiedade ou angústia na maior parte dos dias, sendo que quase 30% não fazem nada para cuidar da saúde mental. Outro levantamento da Vidalink indicou um aumento do uso de antidepressivos em 37% no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022, o que reflete tanto no crescimento do diagnóstico quanto no maior suporte em tratamentos de saúde mental pelas empresas.

Luis González, CEO e cofundador da Vidalink, Nikolas Heine, médico psiquiatra e Coordenador de Psiquiatria da Caliandra Saúde Mental, e Patrícia Pousa, Doutora em Mundo do Trabalho e Saúde Mental, listam as medidas principais de cuidado com a saúde mental dos colaboradores.

Impacto da saúde mental no ambiente de trabalho

“Não há como falar de produtividade no mercado de trabalho sem pensar na jornada de cuidado dessas pessoas”, diz Luis. Para Patrícia Pousa, o cuidado com a qualidade de vida dos colaboradores também reflete na marca empregadora. “Uma empresa que investe na saúde mental do seu colaborador passa a mensagem que ‘cuida de quem cuida da empresa’, isso reflete valorização e reconhecimento da importância das pessoas, trazendo a retenção, o senso de propósito e lealdade a organização e consequentemente diminuição do turnover”, diz a especialista.

Segundo os especialistas, equipes saudáveis e que equilibram vida profissional e pessoal conseguem prevenir doenças ocupacionais como o burnout, responsável por casos de estresse e exaustão extrema que podem levar ao distanciamento do colaborador. “Pessoas saudáveis se ausentam menos, o que evita afetar as rubricas de sobrecarga de trabalho e horas extras para os que estão presentes”, explica Patrícia.

O acolhimento da liderança é outra premissa para o tratamento eficaz de saúde mental, que deve ser continuado regularmente. “A condução de um acolhimento com conversas que possam ajudar os profissionais a expressar suas ansiedades e a gerenciar suas emoções ajudam a detectar ações efetivas de melhorias para o ambiente, além da própria reabilitação posterior deste profissional, que talvez venha a se ausentar para um afastamento terapêutico, e até ações organizacionais para uma possível troca de setor”, exemplifica Patrícia.

Para prevenir o adoecimento dos colegas, é preciso identificar os sinais de problemas de saúde mental. Estes incluem, mas não se limitam a, mudanças de humor, perda de interesse em atividades prazerosas, alterações no sono e apetite, ansiedade ou tristeza prolongadas, problemas de concentração e isolamento social.

“Reconhecer esses sinais em si ou nos outros é o primeiro passo para buscar ajuda. Cabe aos líderes promover uma cultura de bem-estar e oferecer os benefícios corporativos necessários para apoiar a saúde mental dos profissionais como um todo”, complementa o CEO da Vidalink.

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