Pesquisa mostra que 79% da população está estressada

O impacto da Covid-19 na saúde mental dos brasileiros, que já estão há 15 meses entre isolamentos, flexibilizações e restrições e ainda envoltos por centenas de milhares de mortes, é alarmante. Levantamento inédito (1800 brasileiros/ maio de 2021) da Hibou, empresa de pesquisa e monitoramento de mercado, revela que 79% consideram-se hoje estressados e 54% afirmam chorar mais. 53% dos brasileiros dizem que não se sentem em paz. 71% deixaram de dar risadas, e consequentemente a maioria da população, 66%, está mais impaciente com outras pessoas.

O ciclo se tornou vicioso. Tudo é causa e consequência. A insegurança do momento atual trouxe uma nova realidade: 58,4% dos brasileiros não estão se alimentando corretamente e 68,2% estão consumindo mais doces, o que, em excesso, podem ser extremamente prejudiciais. “A situação atual gerou uma hipervigilância que somada à falta de perspectivas e prazos tornou as pessoas mais ansiosas, com a chamada ‘coronasônia’, que é o aumento da insônia na pandemia. Hoje mais de 56% dos brasileiros não conseguem dormir direito, em decorrência dos hábitos desregrados e dos sentimentos de incerteza que hoje habitam essa rotina estranha.” explica Ligia Mello, coordenadora da pesquisa e sócia da Hibou.

O cansaço virou rotina. 80% dos brasileiros se sentem mais fatigados. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconheceu este momento de cansaço como ‘fadiga pandêmica’, consequência do esgotamento gerado pelo medo de um vírus que ninguém vê e de todas as mudanças do dia a dia.” diz Lígia. A fadiga traz consequências, como por exemplo, a impaciência social. “No auge da interação online, através das vídeo-chamadas, lives e redes sociais, é necessário criar tempos individuais, instantes de reflexão e autoconhecimento. O excesso de informação e a frustração das incertezas causa uma angústia que afeta diretamente a relação com o outro.” completa Ligia. Para melhorar este cenário, 46,7% dos brasileiros estão se cuidando mais e 28% da população tem tomado medicamentos para ansiedade ou depressão.

A relação a dois também foi analisada pelo estudo. 84% das pessoas que estão em um relacionamento afirmam não ter aumentado a frequência do sexo. E apenas 6% dos brasileiros conseguiram iniciar um relacionamento.

A pandemia trouxe também muitas mudanças em relação ao trabalho. Em home office ou presencial, 51% dos brasileiros afirmam que estão trabalhando mais. 58%, por outro lado, disseram que desistiram de algum projeto. “O avanço da cultura empreendedora no Brasil perdeu força com a pandemia. O país tinha, na sua maioria, o perfil de empreendedorismo por necessidade, que continuou, mas o apoio e as possibilidades diminuíram muito. A falta de suporte financeiro fez com que muitos fechassem seus negócios. A saúde financeira dessas empresas não suportou a primeira onda. Outras nasceram como opções para o desemprego, mas a maioria não consegue se manter.”, diz Ligia.

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