Medicina preventiva ajuda a reduzir custos das operadoras, afirma Bain

Dados da ANS mostram que o índice de sinistralidade que é relação entre o valor pago pelos usuários com as mensalidades e o gasto com procedimentos médicos está em uma crescente, com índices de 87,3% em 2022. Além disso, nos últimos três anos, o custo do sinistro por vida cresceu a uma velocidade maior que o dos prêmios por vida, 6,4% ano após ano (o crescimento anterior era de 5,9%), o que resulta em um cenário de compressão de margens e busca por redução do custo unitário, como negociações com prestadores e necessidade de melhor gestão do uso dos benefícios.

Uma iniciativa encontrada pelas operadoras para minimizar gastos é o investimento em medicina preventiva e em programas de gestão de saúde. Tais ações têm como foco tanto o aumento da qualidade de vida dos beneficiários quanto a redução da demanda por procedimentos médicos de maior custo.

Os programas de medicina preventiva também contribuem para impactar positivamente o nível de satisfação com os planos. A pesquisa NPS Prism da Bain & Company mostra que, em 2022, o NPS (índice de satisfação do cliente) dos planos de saúde era 20 pontos maior entre os beneficiários de programas preventivos em relação a beneficiários que não os utilizavam. Essas ações ainda são responsáveis por ampliar o engajamento dos clientes nos canais de atendimento. Com base em dados do NPS Prism, o nível de engajamento é 10% maior entre os consumidores que utilizam esses programas.

Apesar dos benefícios das ações tanto para clientes quanto para as operadoras, ainda há margem para extrair mais valor dessas iniciativas. Mesmo que a maioria dos usuários dos planos de saúde tenha conhecimento da existência dos programas, eles ainda apresentam baixa adesão. Em todas as faixas etárias e de renda, 70% ou mais dos beneficiários sabem que têm à disposição iniciativas de prevenção. No entanto, a utilização varia bastante de acordo com o perfil do consumidor.

A utilização dos programas preventivos varia conforme o tema, concentrando-se em programas de saúde mental, check-up de rotina, e bem-estar, com 40% ou mais dos entrevistados reportando sua utilização.

Diante do cenário de aumento de gastos, as operadoras têm como opção buscar a redução de sinistralidade por meio dos programas de prevenção. Contudo, para que esse investimento seja mais eficiente é preciso alavancar sua adesão entre os clientes, o que vai contribuir para ampliar a satisfação dos usuários, ao mesmo tempo em que os custos de operação são equalizados.

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