Cresce total de beneficiários com 59 anos ou mais

O total de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares com 59 anos ou mais aumentou 2,5% entre agosto de 2018 e o mesmo mês do ano passado. O que representa 164,5 mil novos vínculos. Os números fazem parte de análise inédita da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), que acaba de ser atualizada.

O superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, destaca que o resultado da análise inédita é essencial para entender o comportamento do setor, especialmente quanto aos custos médico-hospitalares. “Temos apontado que o envelhecimento populacional é um fator fundamental para entender o aumento dos custos médico-hospitalares. O que reforça a necessidade de debatermos questões como transparência, modelo de remuneração e eficiência do setor, ao risco de comprometer sua sustentabilidade econômico-financeira”, alerta.

Segundo projeção do IESS, até 2030, os gastos assistenciais com beneficiários de 59 anos ou mais deve superar a soma de todos os gastos assistenciais com outros beneficiários. “Em 2030, os planos de saúde devem ter despesas assistenciais da ordem de R$ 213,8 bilhões com beneficiários com 59 anos ou mais. Já os beneficiários com até 18 anos devem gerar despesas assistenciais de R$ 15,7 bilhões e os beneficiários com idades de 19 anos a 58 anos, que continuarão respondendo pelo maior número de vínculos com planos médico-hospitalares – cerca de 60,5% do total – irão gerar uma despesa assistencial de R$ 154 bilhões”, aponta Carneiro. As estimativas constam do estudo “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar (2018-2030)”.

Os números da NAB apontam que enquanto o total de vínculos com pessoas de 59 anos ou mais está crescendo, o total de beneficiários mais novos está recuando. De agosto de 2017 a agosto de 2018, o total de beneficiários médico-hospitalares com até 18 anos caiu 0,6%, o que significa 66,5 mil vínculos rompidos. No mesmo período, 98 mil beneficiários com idade entre 19 anos e 58 anos também deixaram os planos. Uma retração de 0,3%. “Os números acendem um sinal de alerta, principalmente por colocar em xeque o pacto intergeracional, em que os beneficiários mais novos pagam um pouco mais do que seria necessário para que os mais velhos possam pagar um pouco menos, tornando o sistema economicamente viável para todos”, explica o executivo do IESS. “Com a redução dos beneficiários médico-hospitalares mais jovens, que normalmente necessitam de menos cuidados em saúde, o sistema tende a se tornar proporcionalmente mais caro”, analisa.

Considerando o aumento dos beneficiários na última faixa etária e a redução nas demais, o total de vínculos do setor permaneceu estável na comparação de agosto deste ano com o mesmo período do ano anterior. Totalizando 47,3 milhões de beneficiários de planos médico-hospitalares no País.

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