Amazon conclui compra da One Medical por US$ 3,9 bilhões

A Amazon anunciou nesta  quarta-feira, 22, que concluiu a aquisição da empresa de cuidados primários One Medical, por US$ 3,9 bilhões. A gigante do comércio eletrônico disse que compra, anunciada em julho do ano passado, é um componente-chave para a expansão do negócio de assistência médica, que inclui a farmácia online Amazon Pharmacy e o serviço de mensagens entre pacientes e médicos chamado Amazon Clinic.

A One Medical, que pertencia à 1Life Healthcare, com sede em São Francisco, na Califórnia, tem cerca de 815 mil associados e 214 consultórios médicos em mais de 20 mercados. Seu serviço baseado oferece atendimento virtual, bem como visitas pessoais.

O modelo de negócios é baseado em assinaturas anuais pagas. Por tempo limitado, a One Medical está oferecendo assinaturas anuais a um preço com desconto de US$ 144 no primeiro ano. O preço normal é de US$ 199 por ano.  O One Medical oferece visitas presenciais ou remotas no mesmo dia ou no dia seguinte, combinadas com serviços de atendimento virtual sob demanda 24 horas por dia, 7 dias por semana. Ela disponibiliza um aplicativo para chats por vídeo sob demanda e avaliações, chamado “Trate-me agora”, para atendimentos de saúde comuns, acesso a vacinas e registros médicos, renovações de prescrições e lembretes para cuidados de acompanhamento e encaminhamentos. Também possui laboratórios e programas locais para cuidados preventivos, gerenciamento de cuidados crônicos, doenças comuns e problemas de saúde mental.

A compra da One Medical é a primeira aquisição feita pelo CEO da Amazon, Andy Jassy, que substituiu o fundador Jeff Bezos em 2021 e vê a saúde como uma oportunidade de crescimento para a empresa. “Os clientes querem e merecem o melhor, e é nisso que a One Medical vem trabalhando e inovando há mais de uma década. Juntos, acreditamos que podemos tornar a experiência de assistência médica mais fácil, rápida, pessoal e conveniente para todos”, disse Jassy no comunicado.

A transação entre a Amazon e a One Medical é parte de um movimento de empresas do varejo em direção ao mercado de cuidados com a saúde, uma tendência que a Bain & Company prevê que crescerá e deve responder por cerca de um terço do mercado de cuidados primários. Players não tradicionais desse segmento como Amazon, CVS Health, Walgreens e Walmart deterão até 30% do mercado de cuidados primários até 2030, disse a empresa de consultoria no relatório citado pela American Hospital Association.

A investida da Amazon nesse segmento, no entanto, pode ser frustrada. Grupos antitruste têm pedido à Federal Trade Commission (FTC) — a comissão federal de comércio dos EUA, autoridade encarregada de regulamentar a livre concorrência no país — que bloqueie a compra da empresa pela Amazon, argumentando que isso colocaria em risco a privacidade do paciente e daria ao varejista on-line mais domínio no mercado.

Em setembro do ano passado, a One Medical e a Amazon receberam um pedido de informações adicionais da FTC em conexão com a revisão da fusão. Embora a agência não tenha entrado com uma ação judicial para bloquear a fusão, ela não descarta nenhuma contestação no futuro. “A investigação da FTC sobre a aquisição da One Medical pela Amazon continua”, disse o porta-voz da FTC, Peter Kaplan, em comunicado. “A comissão continuará analisando possíveis danos à concorrência criados por esta fusão, bem como possíveis danos aos consumidores que possam resultar do controle da Amazon e do uso de informações confidenciais de saúde do consumidor mantidas pela One Medical”, acrescentou ele.

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