Mercado de terapias digitais cresce no Brasil

De acordo com levantamento encomendado pela SAP à Porter Research, o foco do setor de saúde em 2019 será na redução de custos operacionais e na melhoria da experiência do paciente. O estudo ouviu 100 CEOs, CFOs e CIOs do setor e aponta ainda que continuará buscando formas de reduzir custos, principalmente com a adoção de novas tecnologias que possam tornar os processos mais eficientes, precisos e escaláveis. Isso já se mostra uma realidade por meio de tratamentos de saúde por smartphones.

Segundo informações do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), um estudo realizado pela Universidade Estadual de Indiana acompanhou 262 portadores de diabetes tipo 2, ao longo de 10 semanas, no uso de um aplicativo voltado para mudança de hábitos e comportamentos. A conclusão: metade dos participantes conseguiu reduzir seus níveis de glicose no sangue a padrões não-diabéticos apenas com o apoio da tecnologia, sem medicamento algum.

Conhecido no Brasil como terapia digital, este formato de tratamento busca aprimorar, ou mesmo substituir, as prescrições médicas e o uso de remédios tradicionais por meio da tecnologia. São softwares ou aplicativos que buscam entregar a medicina pelo celular, auxiliando em todo o processo da saúde, desde a prevenção até o tratamento de determinadas doenças. Uma expectativa entre os empreendedores brasileiros é relacionada aos benefícios financeiros de investir em terapias digitais. A tendência é que a terapia digital deve gerar grande economia de custos em tratamentos pagos por planos de saúde — principalmente gastos com medicamentos, exames e internações — que podem ser reduzidos se as pessoas passarem por terapias digitais.

Um exemplo de como essas tecnologias podem auxiliar no cuidado com a saúde é o aplicativo GoGood, desenvolvido por uma empresa de saúde digital, com foco em evitar o crescimento dos custos de saúde para organizações, principalmente aqueles provenientes de colaboradores com doenças crônicas como diabetes e hipertensão. “A GoGood integra diversas funcionalidades, como contador de passos, acompanhamento de nutricionistas por meio de fotos de pratos dos usuários, e até coaching de saúde com uma especialista na área. Por meio disso, buscamos atacar os principais fatores de risco ao desenvolvimento de doenças crônicas, que são os hábitos e comportamentos alimentares e de prática de atividades físicas”, explica o CEO da GoGood, Bruno Rodrigues.

Outro exemplo de tecnologia com foco na gestão da saúde e prevenção de doenças crônicas é o software Dictas, desenvolvido pela Softplan e idealizado por uma equipe especialista em ciência de dados, com conhecimento e experiência em gestão de saúde. Ferramenta otimiza os custos de operadoras de saúde que, em retorno, aumentam a eficácia dos serviços ofertados aos usuários. E vai além: com o uso de tecnologias de Machine Learning, Big Data, Advanced Analytics e Inteligência Artificial, o software atua na medicina preventiva, classificando os pacientes cadastrados por grupos de risco, separando os pacientes por tipo de patologia crônica e identificando exames que poderiam ser realizados antecipadamente por eles para evitar o aparecimento e o desenvolvimento de possíveis doenças.

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