C.E.S.A.R e Salvus criam solução para medir consumo de oxigênio em cilindros

O  C.E.S.A.R (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) e a Salvus, startup especialista em IoT (internet das coisas) e monitoramento a distância dos pacientes, uniram-se em uma parceria que vai ajudar o setor de saúde a monitorar o consumo de oxigênio por pacientes. Hoje, existem vários desafios na gestão do oxigênio medicinal, desde a dificuldade em registrar no prontuário e garantir precisamente a prescrição nos hospitais, até a gestão do estoque em cilindros na casa dos pacientes, o que ocasiona risco ao paciente, desperdícios e gastos financeiros extras para resolver situações de emergências.

Com o ATAS O2 — uma referência à nomenclatura química do gás —, o produto criado pelas empresas, vem sendo possível a vários hospitais e unidades de saúde terem a exata noção da cobrança de todo o consumo de oxigênio usado em cada cilindro. A solução, baseada em inteligência artificial e IoT, permite antecipar a demanda por oxigênio sem que haja a necessidade de se entrar em uma situação crítica para tal. O produto já entregou aproximadamente seis vezes mais horas de uso do ponto de oxigênio em pacientes do que o registro manual, além da melhoria do engajamento do paciente na terapia.

O ATAS O2 foi desenvolvido como uma central de conectividade que permite, de forma integrada, a gestão de leitos com uso de oxigênio em tempo real. O gás é mensurado e as informações ficam armazenadas no sistema. São diversos benefícios adquiridos com o uso da solução. Entre os benefícios para os pacientes, está o aumento da segurança com a vigilância contínua do tratamento. Para os hospitais podemos destacar o registro fidedigno e automático de todo o consumo de oxigênio, redução do tempo e retrabalho da equipe de auditoria e assistência com eliminação completa de glosas da conta médica. 

O dispositivo possui interfaces diferentes no sistema web para hospitais e homecares, podendo ser usada em cilindros e réguas hospitalares. A conectividade é “Lpwan”, o que permite a implantação de aplicações com custos mais baixos e até o armazenamento em nuvem.

“Essa é uma inovação sonhada em equipe e transformada em realidade para ajudar empresas e pessoas pacientes no tratamento da oxigenoterapia em hospitais e em homecare. Ela, verdadeiramente, comprova o nosso DNA e a transformação digital que tanto nos dedicamos ao longo da jornada, que é aquela realizada para as pessoas e que cria novos modelos de negócio na simbiose entre todos os envolvidos. Um verdadeiro sucesso.”, diz Tiago Bockholt, gerente de projetos do C.E.S.A.R.

Segundo ele, a tecnologia do ATAS O2 permite mais assertividade, através do uso de sensores de pressão e fluxo, além de uma bateria que dura até nove meses, evitando desperdícios e gerando economia de recursos — sejam eles o gás em si ou os de cunho financeiro. Vale dizer que o uso desse produto em hospitais e unidades de saúde foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, comenta.

“O ATAS O2 está disponível no mercado após validação em grandes hospitais, como o Albert Einstein, e agora iniciamos a internacionalização do produto a partir do Canadá. A chegada dessa solução é muito significativa para melhora na jornada assistencial, aumento da eficiência e performance, com redução de custo para toda cadeia da saúde suplementar e pública. Queremos contribuir para que o tratamento da oxigenoterapia seja feito de forma segura e esteja disponível para cada vez mais pacientes”, comenta Maristone Gomes, CEO e Founder da Salvus.

A parceria entre Salvus e C.E.S.A.R se iniciou em 2018 e foi possível ter o produto pronto para uso ao final de 2021. No primeiro semestre deste ano, com a implementação aprovada em uso hospitalar, os primeiros resultados começaram a ser colhidos. Foi criada uma patente, hoje um produto único no mundo.

Orçado em R$ 2,1 milhões, o ATAS Oserá 50% financiado pelo BNDES, em recursos não reembolsáveis, e o restante pela Salvus, o C.E.S.A.R e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

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