Especialista em impressão 3D de próteses para a área da saúde, a engenheira biomédica Thabata Ganga, formada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2016, criou uma rede de designers, engenheiros e pesquisadores para produzir peças para máquinas hospitalares. O objetivo principal é suprir a necessidade de respiradores artificiais para a população que pode vir a adoecer por causa do COVID-19, infecção causada pelo coronavírus.
A ideia surgiu inspirada na experiência de dois italianos, Cristian Fracassi e Alessandro Romaioli, que produziram válvulas para consertar respiradores de um hospital na Itália por meio da impressão 3D.
A rede elaborada por Thabata conta com um cadastro online, onde profissionais de todo o país podem manifestar interesse em fazer parte do projeto. A engenheira também procurou os seus antigos professores da Unifesp buscando apoio e autorização para usar o laboratório de impressão 3D da Universidade.
Em ação
A reitoria da Unifesp, além de apoiar esse importante projeto, procurou pelo Ministério da Educação para pedir verba para comprar o material que deve ser usado na fabricação das peças. O intuito é desenvolver a rede com a ajuda do governo federal.
A docente e pesquisadora da engenharia biomédica Maria Elizete Kunkel, do Grupo de Biomecânica e Tecnologia Assistiva da Unifesp, é uma das apoiadoras do projeto junto com o laboratório de impressão 3D, o Biofabris. O laboratório é conhecido por ser um dos maiores e mais importantes da América Latina e referência em produção de próteses 3D de crânio.
A impressão 3D funciona de maneira que permite a manufatura de qualquer desenho feito do computador. Pelo fato de os equipamentos de uma UTI (unidade de tratamento intensivo) serem padronizados, algumas peças podem ser preparadas e deixadas no modo digital para posterior impressão.
Trata-se de um projeto que pode ser uma grande solução para uma emergência, que pode salvar vidas. Com o fim da pandemia, Thabata acredita que teremos um inventário dos equipamentos dos hospitais públicos feito pela rede colaborativa, mostrando o que funciona, o que está quebrado e o que precisa ser reposto.
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