Dados do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (Abiis) mostram um crescimento acumulado da produção da indústria da saúde de 15,16% no ano passado. No período, foram abertos 7.842 postos de trabalho, alta de 5,1%, na comparação com 2021. As atividades industriais e comerciais do setor de dispositivos médicos empregam 162.962 trabalhadores, número que não inclui serviços de complementação diagnóstica e terapêutica. O segmento com mais contratações foi o do segmento de instrumentos e materiais para uso médico, odontológico e de artigos ópticos.
Entre janeiro e dezembro, houve um recuo de 5% nas importações de dispositivos médicos e um crescimento de 5,1% nas exportações, em relação ao mesmo período de 2021. A balança comercial ficou deficitária em US$ 5,5 bilhões, uma redução de 6,3%. O Brasil importa cerca de 50% dos produtos para a saúde que consome.
Já o consumo aparente de produtos para a saúde — que é soma da produção nacional e das importações, descontadas as exportações — cresceu 1,6%, em 2022. “Esse número foi impulsionado por próteses e implantes [alta de 16,6%] e materiais e equipamentos para a saúde [+5,9%]. Reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro tiveram redução de 7,4%. Parte dessa queda se deve a diminuição nos casos de Covid-19 e das testagens para a doença”, afirma o diretor executivo da Abiss, José Márcio Cerqueira Gomes.
Crescimento de cirurgias, procedimentos e exames
Com o fim da pandemia, a retomada dos procedimentos e exames eletivos segue em alta. Entre janeiro e dezembro, foram realizadas 5,1 milhões cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS), um número 20,5% maior do que em 2021. Também cresceram as internações para procedimentos, de 11,4 milhões para 12,2 milhões (+6,7%). “No pós-pandemia, destaca-se a queda de internações para tratamentos clínicos de 3,7%. Por outro lado, houve crescimento de 74% nas internações para o tratamento de pneumonias e influenza e de 27,4% para o tratamento de outras doenças bacterianas”, analisa Gomes.
No ano passado, foram realizados no SUS mais de 1 milhão de exames, uma alta de 13,7% em relação ao ano anterior. Os maiores aumentos foram de 30% em teste rápidos e de 25,5% em diagnósticos por ressonância magnética.
“Com as incertezas na economia e a mudança de governo no Brasil, as perspectivas para 2023 são positivas, mas modestas.
O fato dos brasileiros terem retomado seus tratamentos e consultas médicas, tanto na rede pública quanto na privada que registrou incremento no número de beneficiários, nos leva a crer que o consumo de produtos médico-hospitalares siga em alta moderada”, conclui o diretor executivo da Aliança.
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