A startup catarinense UpFlux desenvolveu uma solução que utiliza a mineração de processos para identificar problemas e oferecer soluções para clínicas, hospitais e operadoras de saúde. Dasa, Unimed e MedSenior estão entre as instituições que utilizam a tecnologia da healthtech, que em 2021 cresceu 250% e captou recursos junto aos fundos Alexia Ventures e Aggir. Para este ano, a UpFlux projeta crescimento de 300% e tem como um de seus objetivos a melhoria da jornada do paciente na retomada das cirurgias eletivas no pós-pandemia.
“Nossa expectativa é que no ano que vem o cenário das cirurgias eletivas volte a um patamar parecido com o que tínhamos antes da pandemia. Então, não só os hospitais precisarão fazer uma gestão eficiente dos processos para evitar problemas e reduzir custos, como os pacientes precisarão dessa agilidade para não passar tempo desnecessário dentro do hospital”, pontua o CEO da startup, Alex Meincheim.
Lançada em 2017, a solução da healthtech ajuda, por exemplo, a aumentar a disponibilidade de leitos e reduzir o tempo de permanência do paciente no hospital. O que a UpFlux faz é minerar os processos — método também conhecido como process mining — para mapear, monitorar e melhorar processos que sustentam a operação das organizações na área da saúde. A partir de informações extraídas do sistema da instituição atendida, os processos automaticamente descobertos baseados em dados são comparados com modelos previamente definidos, para identificar e diagnosticar ineficiências e problemas. Baseado no que acontece na prática, os insights obtidos são transformados em ações de correção de desvios e ineficiências. Atualmente, a startup conta com mais de 60 clientes em 16 estados brasileiros.
“Muitas soluções tecnológicas apresentam indicadores que apontam os problemas existentes nos hospitais e clínicas, mas não mostram onde está a causa raiz desse problema e porque ele ocorre. Sem essa informação, é mais difícil saber onde exatamente o processo está falhando e, o mais importante, qual ação deve ser tomada para resolver esse problema”, explica Meincheim.
É com essa tecnologia que a startup pretende ajudar as instituições de saúde no ano que vem. De acordo com o executivo, é necessário oferecer um cuidado adequado ao paciente com o melhor custo-efetividade, e isso implica na necessidade de processos eficientes em toda a jornada do paciente. “Do agendamento do paciente à alta e, posteriormente, ao faturamento da conta, existem diversos processos que precisam de cuidados específicos e bem estruturados para que erros graves não aconteçam”, diz ele.
Segundo a healthtech, ela já ajudou instituições hospitalares a reduzirem, em média, mais de 2 mil diárias em um período de até seis meses com o uso da plataforma UpFlux. Meincheim explica que essas reduções implicam também na redução do custo assistencial, no aumento da disponibilidade de leitos e na melhoria da experiência dos pacientes, além de contribuir para a sustentabilidade de todo o setor de saúde.
Software pioneiro no país
O crescimento projetado pela UpFlux para o ano que vem não é só em faturamento: a startup quer dobrar o seu quadro de funcionários. De acordo com Meincheim, os bons resultados alcançados são consequência do diferencial da plataforma, uma tecnologia que alia inteligência artificial e mineração de processos com foco no mapeamento e redução de ineficiências em um modelo inédito de gestão operacional de processos.
Com o crescimento das soluções baseadas em dados no país, a solução, segundo o CEO, se destaca por oferecer insights às organizações, relacionando aprendizagem de máquina e mineração de dados. “Há quem confunda o process mining com BI. A principal diferença entre as duas tecnologias está no nível de análise e resultados que elas produzem, gerando diferentes tipos de insights. O BI tem como objetivo apontar que há problemas em um processo, já a mineração de processos evidencia a causa raiz de ineficiências e os ofensores de tempo e custos e atua em tempo real para correção de desvios e minimização de ineficiências nos processos”, explica o CEO.