Saúde bucal entra na agenda 2030 da ONU

O Setor Odontológico no Brasil apresentou um grande avanço nos últimos anos, seja pelo aumento da consciência sobre a importância da saúde bucal, o crescimento na quantidade de profissionais formados na área e a procura específica por soluções estéticas.

De acordo com dados do Conselho Federal de Odontologia (CFO), o Brasil possui atualmente 372.753 cirurgiões-dentistas, ou 20% do total global de profissionais. Ou seja, um em cada cinco profissionais são brasileiros.

Considerando uma população total de 212,6 milhões, isso se traduz em 570 habitantes/cirurgião-dentista. Trata-se de uma das maiores médias do mundo.

Dado como serviço essencial, esse setor possui muita relevância e expectativa alta constante. Foram movimentados cerca de R$181,16 bilhões até o último ano, segundo levantamento da companhia irlandesa Research and Markets. Para se ter uma ideia, somente o mercado global de implantes dentários deve faturar US$ 18 bi até 2027.

Porém, os tempos mudaram, a realidade é outra e toda essa indústria ao redor do mundo precisou se reinventar.

A agenda ESG (governança ambiental, social e corporativa) é um dos pilares destaque no mundo e deve entrar ainda mais no circuito de negócios das empresas para 2024.

A inclusão da saúde bucal na agenda 2030 da Organização das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável reacendeu a necessidade de princípios que ainda são poucos conhecidos e praticados no Brasil.

“A sociedade está cada vez mais desafiada a se reinventar diante da demanda crescente, a qualidade aplicada e as exigências necessárias que os recursos finitos da Terra aplicam. O sucesso da odontologia é permeado pelos longos estudos promovidos pelas empresas, as tecnologias aplicadas e os bons resultados obtidos,” afirma William Oliveira, diretor de novos negócios da empresa oral care holandesa, Bluem.

A Odontologia sustentável inclui a dimensão da sustentabilidade na indústria, na vida profissional do Cirurgião-Dentista e no dia a dia dos brasileiros/pacientes em três aspectos: preservação dos recursos naturais, desenvolvimento econômico e valorização humana.

O cirurgião-dentista e CEO da Bluem Brasil, Eduardo Delage, diz que em seus anos de carreira foi preciso repensar como aplicar no Brasil as práticas sustentáveis adotadas em outros países. “Conheci a Bluem em sua terra natal, a Holanda. Os princípios da empresa são reflexo da cultura e política holandesa. O país é muito ativo na ordem mundial, sendo a sede da Corte Internacional de Justiça, do Tribunal Penal Internacional, da Organização para Proibição de Armas Químicas e da Agência de Inteligência da Europa. É signatária do Protocolo de Kyoto, que propõe a redução da emissão de gases do efeito estufa, membro-fundador da União Europeia e integrante da Organização do Tratado do Atlântico Norte”, afirma Delage, responsável por trazer a Bluem há 3 anos ao Brasil.

Os produtos desenvolvidos pela empresa são a base de oxigênio ativo em sua fórmula, uma tecnologia 100% sustentável.

O oxigênio ativo é um componente bactericida com a capacidade de aumentar o metabolismo celular, aumentar a síntese de colágeno, estimular os fatores de crescimento das células e a formação de novos vasos sanguíneos, resultando em uma melhor cicatrização e melhora na saúde bucal.

Enquanto isso, os produtos encontrados nas prateleiras dos supermercados utilizam-se de propriedades nocivas ao ser humano e ao meio-ambiente, como Lauril éter sulfato de sódio e o Triclosan.

Um cálculo feito por pesquisadores demonstra que, se metade da população do país escovar os dentes três vezes ao dia, 100 toneladas de resíduo poluidor serão produzidas em um ano. Um risco para plantas e animais aquáticos a curto, médio e longo prazo.

O pesquisador da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Elson Longo explicou o caminho do resíduo que sai da pasta de dente. “Vai para os rios e lagos e depois, finalmente, para o mar”, disse.

“Proteger a natureza, cuidar do meio ambiente e atender aos ditames ambientais internacionais na produção e, na medida do possível, reduzir os impactos das emissões de gases do efeito estufa tem sido a bandeira verde na nossa política e nos projetos que firmamos e continuaremos firmando no país”, assegura William.

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