A evolução dos exames por imagens 2D e 3D tem contribuído de maneira significativa com os diagnósticos e tratamentos de diversas doenças, e certamente representa um caminho sem volta no dia a dia de clínicas e hospitais. Entretanto, expõe alguns desafios importantes na sua implementação e operacionalização.
Os sistemas mais conhecidos que aplicam essas tecnologias utilizam um repositório de imagens centralizado, como o PACS (Picture Archiving and Communication System), que é acessado pelos profissionais através da infraestrutura de rede local. Ou seja, os profissionais que utilizam essas imagens, na grande maioria dos casos, devem estar na mesma unidade onde o exame foi gerado para poder acessá-lo. Caso contrário, sofrerão com quedas de comunicação, indisponibilidade e lentidão, podendo colocar em risco a integridade do exame devido ao possível comprometimento do arquivo. Isso se deve ao grande volume de dados gerados em exames como esses, que são consolidados em arquivos que chegam facilmente a mais de 500MB.
O que pretendo destacar em relação ao volume de dados armazenados, que podem chegar aos Petabytes ao ano, é a escalabilidade dos recursos tecnológicos para garantir a disponibilidade, confidencialidade e desempenho que viabilizem sua utilização mesmo em localidades remotas, utilizando circuitos de comunicação de longa distância, trazendo maior eficiência na utilização não só dos recursos tecnológicos envolvidos, mas também – e principalmente – de recursos humanos.
A disponibilidade de profissionais capacitados e aptos para a emissão de laudos e análises baseados em exames por imagem é algo crítico na estrutura de atendimento de saúde. Assim, a centralização dessas análises e emissões de laudos é extremamente desejada; é preciso que os exames por imagem feitos nas diversas unidades estejam disponíveis remotamente aos profissionais que atuarão em sua análise com total confidencialidade e na velocidade esperada.
Para que isso seja possível, devemos olhar também para as comunicações de longa distância entre as unidades nas quais as imagens são armazenadas e a localidade onde estes profissionais estarão alocados para realizar seu trabalho. Normalmente, a primeira e mais utilizada forma de viabilizar esta comunicação atendendo às premissas já citadas é o investimento em novos circuitos de longa distância ou o incremento de suas capacidades de forma que respondam a tais premissas; entretanto, esta abordagem eleva os custos, além de não ser escalável para acompanhar a demanda crescente.
Com a evolução da tecnologia para transmissão de dados em longa distância, conhecida como SD-WAN (Software Defined Wide Area Network), por meio de diversas técnicas que possibilitam a combinação de múltiplos circuitos de longa distância de diferentes meios e/ou fornecedores, é possível balancear a carga de tráfego entre unidades remotas com base em políticas orientadas à identificação da aplicação que deve ser priorizada, além de mecanismos para correção de erros e a aceleração do tráfego, mesmo entre as localidades mais remotas do país, garantindo a integridade e segurança das imagens.
Como resultado, temos um impacto positivo nas operações das instituições de saúde e soluções que agregam real valor aos usuários.
Riane Vilela, engenheiro de Sistemas de Rede da Aruba.