A Anvisa e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) firmaram convênio, nesta quarta-feira ,19,, no valor de R$ 5 milhões, para o desenvolvimento de um projeto-piloto de rastreabilidade de medicamentos, dentro das ações de normatização e implantação, no Brasil, do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM). O objetivo do SNCM é garantir a segurança de pacientes em relação aos remédios que consomem e a qualidade dos produtos em todas as suas etapas, além de evitar fraudes, roubos de medicamentos e sonegações.
O projeto-piloto vai acompanhar, durante um ano, a cadeia de produção, distribuição e dispensação de medicamentos em locais pré-determinados. Ao final, os resultados desse acompanhamento passarão por análises. “Serão escolhidas determinadas fábricas e distribuidoras, farmácias e redes de farmácias, secretarias municipais e estaduais de saúde, além de hospitais, para fazer parte do projeto-piloto. Ao final de um ano, faremos a avaliação dos resultados e realizaremos os ajustes que forem necessários na regulamentação do SNCM. A partir do final da análise do projeto-piloto, teremos três anos para implantar o sistema”, explica o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa.
No Hospital das Clínicas da FMUSP, maior complexo hospitalar da América Latina, será possível acompanhar todos os passos do medicamento, desde a produção, passando pelo recebimento no centro de logística, transporte e divisão entre os institutos, até a entrega a cada um dos pacientes. A partir desse modelo, será possível ampliá-lo como referência para todo o Brasil.
Participaram da assinatura do convênio, além de Jarbas Barbosa, o professor José Otávio Auler Costa Junior, diretor da FMUSP, Antônio José Rodrigues Pereira, superintendente do Hospital das Clínicas, Giovanni Guido Cerri, diretor do Centro de Inovação do HC, Flávio Fava de Moraes, diretor geral da Fundação Faculdade de Medicina, Joaquim Roberto Fernandes, analista de programa do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), e o professor Eduardo Mario Dias, professor da Escola Politécnica.
“Essa parceria significa que a Anvisa vai poder contar com a expertise da Faculdade de Medicina da USP no desenvolvimento de um sistema complexo, o SNCM, que vai permitir com que toda a cadeia de produção, distribuição e dispensação de medicamentos passe a ser rastreada, aumentando a segurança do paciente, a qualidade e a garantia de que aquele medicamento comprado na farmácia ou distribuído num posto de saúde do SUS não foi falsificado, roubado ou produto de fraude”, observa Jarbas Barbosa.
“É uma tendência mundial e vários países estão buscando desenvolver seus sistemas de rastreabilidade de medicamentos. O Brasil, até para cumprir a lei que temos, vai ser um dos primeiros países a desenvolver esse sistema”.