IBM implanta o primeiro computador quântico em uma instituição de saúde

A IBM acaba de instalar o primeiro computador quântico de saúde nos EUA, equipamento tido como fundamental para as instituições de saúde, institutos de pesquisa e clínicas de diagnóstico acelerarem as descoberta nas áreas de saúde e ciências da vida.

O computador foi instalado no campus principal da Cleveland Clinic, em Cleveland, Ohio, classificado pela revista US News & World Report como o segundo melhor hospital no biênio 2021-2022 dos Estados Unidos e o melhor do país em cardiologia e cirurgia cardíaca. A IBM e a Cleveland Clinic mantém parceria há dez anos para o desenvolvimento de pesquisas biomédicas por meio da computação de alto desempenho.

Em comunicado à imprensa, a IBM diz que o equipamento, chamado IBM Quantum System One, é o primeiro computador quântico gerenciado pela empresa no setor privado nos EUA. A instalação na Cleveland Clinic está programada para ser concluída no início de 2023. A instalação faz parte do programa Cleveland Clinic-IBM Discovery Accelerator, anunciado no ano passado, que visa alavancar a experiência médica do hospital e a experiência da IBM em tecnologia e computação quântica.

Como parte da parceria, as duas empresas utilizarão computação quântica, inteligência artificial (IA) e tecnologia de nuvem híbrida para acelerar as descobertas na área biomédica. “O ritmo atual da descoberta científica é inaceitavelmente lento, enquanto nossas necessidades de pesquisa estão crescendo exponencialmente”, disse Lara Jehi, doutora em medicina e diretora de informações de pesquisa da Cleveland Clinic, em comunicado à imprensa. “Não podemos continuar a passar uma década ou mais indo de uma ideia de pesquisa em um laboratório para terapias no mercado. A Quantum oferece um futuro para transformar esse ritmo, principalmente na descoberta de medicamentos e aprendizado de máquina.”

Os pesquisadores do Discovery Accelerator já iniciaram vários projetos que se beneficiarão da nova tecnologia computacional. Por exemplo, usando o acelerador como base tecnológica, o Centro Global de Pesquisa de Patógenos e Saúde Humana da Cleveland Clinic aproveitará a computação avançada para aprimorar os esforços para estudar, preparar e proteger contra patógenos emergentes e doenças relacionadas a vírus.

Outros projetos visam desenvolver várias técnicas de computação quântica para rastrear e otimizar medicamentos direcionados a proteínas específicas, melhorar modelos de previsão de risco cardiovascular após cirurgia não cardíaca e usar IA para pesquisar dados de sequenciamento de genoma e grandes bancos de dados de medicamentos para encontrar medicamentos existentes que seria eficaz para ajudar pacientes com Alzheimer e outras doenças.

Grande parte da colaboração entre as duas organizações também se concentra na criação de empregos, na educação da futura força de trabalho e no crescimento da economia.

Para atingir esses objetivos, a IBM e a Cleveland Clinic desenvolveram um currículo educacional para participantes desde o ensino médio até o nível profissional. O currículo oferece programas de treinamento e certificação em vários aspectos da pesquisa computacional baseada em saúde, incluindo ciência de dados, aprendizado de máquina e computação quântica.

Nos últimos anos, a computação quântica tem visto um interesse crescente das instituições de saúde e empresas de tecnologia tentando determinar como isso afetará a TI e a pesquisa em saúde. Em 2020, uma equipe de pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade da Virgínia aproveitou a tecnologia, juntamente com o aprendizado de máquina, para obter insights sobre doenças genéticas.

Apesar desse interesse crescente, no entanto, nem todas as instituições de saúde veem com bons olhos o advento da computação quântica. Alguns especialistas em segurança compartilharam preocupações de que a tecnologia possa impactar negativamente a criptografia, colocando em risco informações pessoais de saúde e outros dados confidenciais.

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