Recomendação do profissional de saúde é decisiva para pais vacinarem filhos, diz pesquisa

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Lançada nesta terça-feira, 24,, em evento no Instituto Butantan, a primeira Pesquisa USP/FJLES sobre hesitação vacinal para a imunização de crianças e adolescentes no Brasil. Apesar dos dados oficiais apontarem queda nos últimos anos, o estudo confirma que adultos com filhos continuam considerando a imunização parte integral dos cuidados da saúde das crianças no País. Em média, 83% dos brasileiros entrevistados vacinaram seus dependentes. O objetivo do levantamento é entender as razões que levam o indivíduo a vacinar – ou deixar de vacinar – sua criança e às opiniões dos mesmos sobre as campanhas de vacinação realizadas em escolas. 

A pesquisa foi aplicada em uma amostra nacional de 2.129 entrevistas face a face e domiciliares de 29 de julho a 3 de agosto de 2023. A amostra é representativa da população e das cinco regiões: Centro‐Oeste; Nordeste; Norte; Sudeste e Sul. O projeto foi elaborado pela Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade, que conta com professores da USP, em conjunto com pesquisadores da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, maior instituição familiar voltada para a infância no país. 

Dentre os achados mais significativos, 98% dos pais com filhos de idade igual ou inferior a 14 anos afirmam que vacinaram seus filhos com todas as vacinas indicadas por profissionais de saúde. “Essa informação mostra o papel poderoso de quem está na linha de frente, nos postos de saúde, clínicas e hospitais, em contato direto com as famílias e sinaliza uma direção para as novas campanhas de vacinação daqui para a frente, onde o consultório pode ser o melhor lugar para se combater uma fake news, por exemplo”, afirma Lorena Barberia, Professora/Doutora do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) e que lidera o estudo. 

O levantamento sugere que o sucesso das campanhas de vacinação depende também da confiança da população na segurança e eficácia dos imunizantes, bem como nos profissionais que administram a vacina em seus filhos. De maneira similar, a conveniência no acesso, reforçada pela disponibilização dos imunizantes nas escolas, contribui para a adesão dos pais à vacinação. “O País não tem uma política definida sobre as campanhas nas escolas, alguns municípios oferecem e outros não, então esperamos que a pesquisa lance luz sobre essa possibilidade e oriente políticas públicas num futuro próximo”, diz Marcos Paulo de Lucca Silveira, pesquisador-chefe da FJLES. 

Cabe mencionar que esta adesão, embora muito semelhante entre todas as vacinas analisadas, apresentou menor porcentagem quando os pais eram questionados sobre a vacina contra o COVID-19. “A queda na porcentagem de pais que apoiaram a vacinação da COVID sinaliza um tema que merece nossa atenção, numa continuidade a esta pesquisa, pois os mesmos familiares mostram apoio para outras doenças com letalidade muito menor nessa mesma faixa etária”, sugere Lorena Barberia. 

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