Embrapii e BNDES vão investir R$ 20 milhões para inovar na área de saúde

Durante a pandemia, o Brasil foi apresentado ao ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea, sigla em inglês). O equipamento, que reproduz artificialmente o trabalho do pulmão, é utilizado quando há comprometimento pulmonar severo, caso dos pacientes graves atingidos pela covid-19. Para dar mais segurança ao processo, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) apoiou o desenvolvimento nos revestimentos biotecnológicos do equipamento.

O uso da terapia é complexo, envolve riscos, exige uma série de cuidados e com a inovação, a solução vai evitar a formação de coágulos e danos nas células sanguíneas – um dos problemas que podem ocorrer.

A inovação é fruto de uma parceria da Unidade Embrapii-Senai Cimatec e da empresa Braile Biomédica, e também conta com investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A Embrapii e o BNDES reservaram R$ 20 milhões para projetos inovadores na área de saúde, entre eles que tratem os pacientes que ficaram com sequelas da covid-19. São R$ 20 milhões disponíveis em recursos não reembolsáveis, acessíveis a qualquer momento, para alavancar soluções inovadoras de empresas brasileiras.

Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) acompanhou 750 pacientes que foram contaminados e ficaram internados no primeiro semestre de 2020. A pesquisa aponta que 60% deles ainda têm problemas relacionados à covid após um ano da cura. Eles serão analisados durante quatro anos, mas os resultados preliminares indicam que 30% ainda possuem alterações pulmonares. Além disso, parte deles também relata sintomas cardiológicos, emocionais ou cognitivos, como perda de memória, insônia, concentração prejudicada, ansiedade e depressão. A ciência ainda investiga essas e outras decorrências, temporárias ou permanentes. E algumas das lacunas do setor da saúde podem ser preenchidas com inovações nessa área e em setores correlatos.

“A parceria com o BNDES é uma iniciativa promissora que permitirá que novas tecnologias façam a diferença no tratamento de pessoas que tiveram Covid e hoje convivem com sequelas da doença. A ação destina mais recursos para o setor de saúde, alavanca recursos privados em inovação e traz uma resposta à uma demanda social urgente”, explica Igor Manhães Nazareth, ciretor de Planejamento e Relações Institucionais da Embrapii.

A parceria alinha-se com as diretrizes do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e com políticas internacionais de apoio à pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) e ao fortalecimento da indústria da saúde no enfrentamento da pandemia. Trata-se de um esforço coletivo e convergente de recursos para se desenvolver e colocar rapidamente em produção, em escala industrial, novas soluções para atender o setor da saúde e auxiliar na retomada da economia. 

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