segunda-feira, dezembro 9, 2024
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Startup paranaense desenvolve sistema inédito para medição de temperatura corporal

por Redação
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A startup paranaense GTI está desenvolvendo uma solução baseada em sensoriamento térmico corporal para realizar a triagem e um diagnóstico inicial dos sintomas do novo Coronavírus em ambientes públicos e privados. A empresa receberá aporte de edital da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e do Sebrae, que foca no desenvolvimento de soluções do combate à pandemia.

A partir de um protótipo inicial, a empresa terá o apoio de pesquisadores do Lactec, em Curitiba e Salvador, para aprimorar a solução – tanto na parte eletrônica quanto de softwares – para que o equipamento possa, junto de um parceiro industrial, ser produzido em escala comercial para todo o país.

“Queremos ofertar uma tecnologia nacional, com custo acessível, e que possa ser desenvolvida em um curto prazo de tempo. Essa é uma solução que pode ser utilizada por parte de empresas e órgãos públicos para atuar de maneira mais assertiva, aliando a emergência de salvar vidas à retomada das atividades econômicas”, afirmou o proprietário da GTI, Maurício Doebeli.  No prazo de 30 dias os primeiros testes já devem começar a ser realizados e a expectativa é que em três meses inicie a produção em escala.

A GTI é uma empresa de sensoriamento para o monitoramento da produtividade na indústria 4.0 que adaptou uma tecnologia já existente para a criação de uma solução para a área de saúde buscando atuar contra a Covid-19. Segundo o consultor do Sebrae/PR, Aloisio Cerqueira, que acompanhou e auxiliou a empresa, o grande mérito da GTI é a possibilidade de se adaptar à demanda de mercado e se reinventar.

“Esse é um olhar atento ao momento em que estamos vivendo. A empresa possui uma tecnologia muito interessante, utilizou o conhecimento adquirido e encontrou uma nova oportunidade de negócios que pode ajudar milhares de empresas a retomarem suas operações com maior segurança pelo Brasil”, afirma.

A solução

A GTI desenvolverá um equipamento de monitoramento coletivo para a triagem e diagnóstico preliminar de pessoas que apresentem estado febril, um dos principais sintomas da Covid-19. A medição acontece de forma off-line e sem contato, a partir da aproximação da parte interna do punho da pessoa. O resultado é como um semáforo exibido em um display do próprio aparelho, com sinal verde indicando siga ou vermelho pare, como alerta para alteração na temperatura (acima de 37,8ºC).

Caso haja febre, a pessoa pode fazer uma autoavaliação ou ser encaminhada para uma avaliação dos demais sintomas do Coronavírus e preenchimento de dados pessoais, em um aplicativo do celular. A partir disso, é possível gerar um diagnóstico preliminar que define o grau de risco da pessoa estar com a doença, considerando parâmetros definidos por autoridades de saúde. Ela também pode receber notificações com orientações para prevenção e combate ao vírus.

Segundo Maurício, o grande diferencial da tecnologia é a integração do sensor de monitoramento e armazenamento das informações obtidas em dispositivos como  um smartphone ou tablet,  que são enviados para  nuvem (big data) e, com o uso da inteligência artificial, podem gerar inúmeras informações relevantes como indicadores de prevenção e controle do Covid-19 de forma inteligente para as pessoas, empresas e autoridades de saúde municipais, estaduais e federais.

“Com esses dados é possível mapear os riscos de contágio ao monitorar os dias e horários em que a pessoa passou pelo local e a partir disso identificar se houve o contato com outras pessoas ou até mesmo utilizar como política de acesso a uma determinada empresa”, explica.

A intenção, segundo o empresário, é disponibilizar o equipamento às empresas para que elas possam retomar suas atividades e, ao mesmo tempo, resguardar a saúde de seus colaboradores. Além de ambientes corporativos, a solução pode ser implantada, também, em outros locais, públicos ou privados, de grande circulação de pessoas, como aeroportos, terminais rodoviários e shoppings centers, por exemplo.

“Dessa maneira seria possível realizar um banco de informações por parte de Governos municipais, estaduais e federais para o monitoramento e a adoção de medidas sanitárias e de controle epidemiológico em determinados locais”, ressalta Maurício. Há ainda a possibilidade de cruzamento com outros bancos de dados das pessoas físicas e jurídicas para agilizar a triagem, a partir de potenciais parcerias e cooperações.

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