Anvisa aprova novas indicações de terapia inovadora para câncer de pulmão e gástrico

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) marcou um importante avanço no tratamento oncológico ao aprovar duas novas indicações do trastuzumabe deruxtecana, uma inovadora terapia-alvo conhecida como “conjugado droga-anticorpo” (também chamados de ADCs, do inglês antibody-drug conjugate). Essa tecnologia revolucionária combina um anticorpo altamente específico com um quimioterápico potente, permitindo um ataque preciso às células tumorais.

O medicamento ganha destaque por sua capacidade de tratar pacientes com adenocarcinoma gástrico metastático HER2-positivo e câncer de pulmão de não pequenas células com mutações HER2 específicas. “Esta aprovação representa um marco significativo na oncologia moderna. Estamos falando de uma tecnologia que permite um tratamento preciso e menos tóxico, com mecanismo de ação específico, com alta atividade contra as células tumorais”, afirma o Breno Jeha Araújo, oncologista da Oncoclínicas

Segundo o especialista, a estratégia dos medicamentos conjugados (ADCs) funciona de maneira semelhante a um “Cavalo de Troia”. ”O anticorpo identifica e se conecta às células tumorais, liberando o quimioterápico apenas no local do tumor, minimizando danos a células saudáveis. É como um míssil teleguiado direcionado para o alvo específico, sem causar danos ao redor”, explica.

Os números de pacientes potenciais impactados são expressivos. O câncer gástrico é o quinto mais comum mundialmente, com 21.480 novos casos previstos anualmente no Brasil. Já o câncer de pulmão deve registrar cerca de 32 mil novos casos por ano até 2025.

“Essa aprovação amplia significativamente as possibilidades de tratamento para pacientes em estágios avançados dessas duas modalidades de câncer. Isso representa uma esperança real para milhares de pacientes que antes tinham opções terapêuticas mais limitadas”, finaliza Breno Jeha Araújo.

Como funciona um ADC (Conjugado Anticorpo-Medicamento):

O Anticorpo: O “GPS” Inteligente

É como um dispositivo de localização preciso

Identifica especificamente as células cancerígenas

Funciona como um “guia” que reconhece apenas células tumorais

O Medicamento: A “Bomba” Controlada

É um quimioterápico potente

Permanece “inativo” até chegar ao tumor

Só é liberado quando “estaciona” na célula cancerígena

A Combinação: “Cavalo de Troia” Médico

O anticorpo “engana” a célula cancerígena

Transporta o medicamento direto para dentro do tumor

  • Libera o quimioterápico apenas no local correto
  • Ataque preciso ao tumor, minimizando danos às células saudáveis.

Trastuzumabe deruxtecana na prática:

  1. Anticorpo localiza célula tumoral com HER2
  2. Se conecta especificamente nela
  3. Libera o quimioterápico apenas dentro da célula cancerígena
  4. Destrói a célula tumoral
  • Ataque preciso
  • Menos efeitos colaterais
  • Maior efetividade no tratamento

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