Gastroenterite: novo teste aponta o causador dos sintomas em até 1h

Popularmente conhecida e tratada como infecção intestinal ou uma simples virose, a gastroenterite é uma inflamação séria, que pode acometer todo o trato gastrointestinal e ocorre com mais frequência entre as crianças, provocando sintomas como febre, vômitos e diarreias. Para contribuir com os diagnósticos rápidos e precisos, a Anvisa acaba de aprovar um teste, trazido ao país pela multinacional QIAGEN, que garante o resultado em até uma hora.

Chamado de QIAstat-Dx, a ferramenta utiliza a metodologia de PCR em tempo real para apontar diretamente o DNA e RNA do agente causador da doença. O teste é realizado pelo equipamento após a coleta de fezes convencional, identificando até 22 agentes causadores da enfermidade, incluindo vírus, bactérias e fungos comuns nesses quadros. O exame aponta, inclusive, quando a infecção é provocada por mais de um patógeno ao mesmo tempo.

De acordo com Allan Richard Gomes Munford, gerente regional LATAM de Marketing para Diagnósticos Sindrômicos da QIAGEN, a gastroenterite é uma doença que merece a devida atenção por meio do diagnóstico e tratamento correto. A infecção é capaz de provocar quadros de desidratação aguda e da síndrome urêmica hemolítica (SHU) – uma reação imune que causa baixos níveis de glóbulos vermelhos, plaquetas e lesão nos rins – complicações que podem levar os pacientes à internação e, muitas vezes, a óbito.

“De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a gastroenterite afeta globalmente 600 milhões de pessoas e mata 420 mil todos os anos, podendo ser transmitida, principalmente, pelo consumo de bebidas e alimentos contaminados. Novas tecnologias de testagem sindrômica, que permitem identificar rapidamente os causadores dos sintomas, entre eles, as bactérias que levam ao desenvolvimento da síndrome urêmica hemolítica, podem ser cruciais para revertermos esse quadro de saúde preocupante. Nem sempre é uma simples virose”, enfatiza.

Segundo o executivo, a nova testagem permite ainda a administração correta de antibióticos e impacta no tempo de permanência do paciente no hospital, na redução das internações e na desoneração dos sistemas de saúde em função do correto manejo e tratamento futuro das pessoas que possam vir a ficar com alguma sequela da doença. Isso pode acontecer com os pacientes que se tornam dependentes da diálise, por conta da síndrome urêmica hemolítica.

“O uso consciente e assertivo dos antibióticos é fundamental no tratamento clínico do paciente e evita a formação de resistência antimicrobiana. Em casos de infecções virais, esses medicamentos não surtirão efeito, por exemplo, e não devem ser administrados. Quando falamos dos quadros bacterianos, o uso precoce do antibiótico correto pode evitar as sequelas e a redução dos casos fatais”, conclui Munford.

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