48ª Jornada Paulista de Radiologia debate ética e IA na saúde

A Inteligência Artificial (IA), tecnologia largamente usada em diversos ramos da economia começa a figurar também na área da saúde. A ética na aplicação da IA na Radiologia será debatida no maior evento da especialidade da América Latina, a 48ª Jornada Paulista de Radiologia, que acontece de 3 a 6 de maio, em São Paulo/SP.

Segundo o Dr. Marcelo Felix, diretor de Tecnologia da Informação da Sociedade Paulista de Radiologia (SPR) e gerente de informática e inovação do Hospital Israelita Albert Einstein, a aplicação do uso da IA focada na gestão de empresas de radiologia representa uma grande oportunidade, visto a quantidade imensa de dados necessários para a elaboração do diagnóstico.

“Aqueles que buscam a revolução digital devem ter no seu Balanced Scoredcard (BSC) [metodologia de medição e gestão de desempenho de um negócio baseada em tecnologia], projetos e metas específicas de inteligência artificial”, afirma ao ponderar que o avanço do uso da tecnologia na saúde ainda esbarra em questões éticas sobre a máquina substituir o trabalho do radiologista. “Aos poucos, a maturidade tecnológica aponta para o uso da ferramenta como apoio à decisão diagnóstica e terapêutica”, pontua.

Ao lado do diretor da SPR, o Dr. Felipe Kitamura integra o módulo de Informática em Radiologia, que acontece dias 3 e 4 a partir das 9h. Kitamura é médico neurorradiologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), desenvolvedor no Laboratório de Inteligência Artificial da DASA e Coordenador de Tecnologia e Inovação Médicas da FIDI. Ele apresentará um algoritmo de inteligência artificial programado para identificar precocemente tomografias de crânio com sangramento intracraniano, a fim de que os laudos para esses casos sejam imediatamente priorizados.

“Ao priorizar um paciente que tem o diagnóstico mais grave damos a possibilidade de tratar precocemente e até salvar a vida do paciente”, explica. “Há muitas possibilidades de melhoria no fluxo de trabalho da Radiologia e, por isso, a grande maioria dos algoritmos têm esse foco. Não temos visto produtos que visam substituir o radiologista”.

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