As transações no mercado brasileiro de saúde cresceram nos últimos anos, batendo recorde em 2021, com operadoras realizando movimentos de verticalização e de consolidação de competidores, de acordo com análise recente da EY-Parthenon. Nas operações verticalizadas, parte ou toda a rede de abrangência assistencial ocorre com recursos próprios da operadora. Apenas em 2021, foram feitas 49 transações de saúde, com valor divulgado de US$ 12,2 bilhões. No ano passado, as 34 transações movimentaram US$ 2,5 bilhões.
Dentre as transações concretizadas entre 2013 e 2022, 93% envolveram aquisição das chamadas medicinas de grupo, entidades que operam planos privados de assistência à saúde cujas características não se encaixam em outras modalidades, estando entre elas as seguradoras e as cooperativas médicas.
As aquisições na última década foram comparadas com a média de mercado em quatro indicadores: qualidade de atenção à saúde; experiência; custo assistencial per capita; e ROE (resultado líquido sobre o patrimônio líquido ponderado por beneficiário, com base nas informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar). Para isso, foram consideradas as operadoras de medicina de grupo que fizeram aquisições relevantes entre 2013 e 2022, de acordo com o Merger Markets, na comparação com a média do mercado, que considera todas as operadoras de planos de saúde, incluindo cooperativas, seguradoras, operadoras filantrópicas e grupos de autogestão.
Ainda segundo a análise da EY-Parthenon, as medicinas de grupo adquirentes apresentam melhor controle de custos, com a manutenção de uma experiência para o beneficiário superior ao mercado. “Essa melhor experiência dos beneficiários e controle de custos ainda não se refletem em maior retorno para os acionistas, considerando o ROE acumulado inferior de 66% das adquirentes em comparação com a média do mercado”, diz Luciana Infante, diretora da EY-Parthenon. “O estudo mostra, portanto, que as aquisições são uma ferramenta de geração de valor e obtenção de vantagens competitivas no setor de saúde, mas tempo e disciplina de execução são fundamentais para atingir os resultados esperados”, finaliza. As informações são da Agência EY