Exame genético impulsiona medicina de precisão para pacientes oncológicos 

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O dia 27 de novembro é o Dia Nacional do Combate ao Câncer, uma data criada pelo Ministério da Saúde para aumentar a conscientização da população brasileira sobre a doença e influenciar a mobilização pelo seu controle, que é uma das principais causas de morte no país.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2022, foram registrados no Brasil 628.693 novos casos de câncer, sendo o câncer de pulmão o mais prevalente, seguido pelo câncer de mama e o câncer de próstata. E até 2025, estima-se que 704 mil novos casos da doença serão registrados no país por ano.

Um dos avanços científicos que tem potencializado resultados positivos no tratamento oncológico são os testes genéticos, capazes de auxiliar o diagnóstico de síndromes de predisposição hereditária ao câncer, proporcionando a possibilidade de acompanhamento preventivo, diagnóstico e tratamento individualizados e mais eficientes, com recomendações específicas para as condições detectadas.

“Hoje os testes moleculares, tanto aqueles realizados no tumor quanto aqueles que informam sobre a constituição genética do paciente, são indispensáveis para a realização de uma abordagem mais precisa e eficiente da doença”, destaca o coordenador de genômica do Sabin Diagnóstico e Saúde, Gustavo Barra.

A médica geneticista Rosenelle Araújo faz parte da equipe de genômica do Sabin e explica que “pessoas com história familiar ou pessoal de câncer podem ter indicação para realização de exames de rastreamento diferenciados das recomendações para a população geral”. A médica ainda acrescenta, “o diagnóstico de síndromes de predisposição hereditária ao câncer, feito por meio dos testes genéticos, permite recomendações específicas, o que pode incluir necessidade de realização de exames preventivos mais precoces ou frequentes, bem como uso de protocolos diferentes dos recomendados para indivíduos de baixo risco genético, aumentando as chances de detecção precoce de tumores.”

“Pacientes com histórico familiar ou outras características que sugiram a possibilidade de predisposição hereditária a neoplasias podem contar com exames genéticos, que podem ser indicados após avaliação dos dados clínicos”, destaca a geneticista.

Ainda segundo a médica, dados da literatura apontam que cerca de 5% a 10% dos casos de câncer, em geral, podem estar associados a síndromes de predisposição hereditária a tumores. Os testes genéticos podem auxiliar os médicos a definir quem são os pacientes que podem se beneficiar de condutas diferenciadas.

“A investigação genética destes pacientes fornece dados importantes, como indicação de rastreamento mais precoce, a necessidade de rastreamento de outros tipos de tumores – como o câncer de mama, que também pode acometer homens, e pode ter como fator de risco os mesmos genes associados a tumores na próstata. Por isso é importante discutir com o médico, tanto a indicação do exame quanto às condutas a partir do seu resultado”, destaca a médica.

“Câncer é uma doença que assusta, mesmo em casos de desfecho positivo com cura, o tratamento é longo e bastante impactante sobre a vida do indivíduo. É sempre bom lembrar, que ter uma predisposição hereditária não determina que um indivíduo vai ter a doença. Sabemos que o câncer não tem uma causa única, há uma série de fatores que podem interagir de diversas formas, dando início ao câncer, a predisposição genética é um deles”, conclui Rosenelle.

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