Sancionada em março de 2024,A Lei 14.831 coloca a saúde mental no centro da estratégia organizacional, reconhecendo a saúde como um pilar estratégico fundamental para o sucesso a longo prazo das empresas. Ao estimular mudanças estruturais, essa legislação impacta diretamente a produtividade e a retenção de talentos. Para as empresas, isso representa uma oportunidade de transformar o ambiente de trabalho, promover um bem-estar duradouro e se posicionar como líder em bem-estar e inovação.
A lei entrará em vigor em março de 2025, após um período de adaptação para as empresas. Organizações interessadas na certificação precisarão atender a critérios rigorosos, como a implementação de programas de apoio psicológico, campanhas de conscientização e incentivo ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Como obter a certificação?
As empresas interessadas deverão implementar iniciativas fundamentadas em três pilares: promoção da saúde mental, incentivo ao bem-estar dos trabalhadores e transparência. Entre os requisitos, estão:
- Adoção de programas de saúde mental no ambiente corporativo;
- Desenvolvimento de campanhas e treinamentos de conscientização;
- Combate à discriminação e ao assédio;
- Incentivo à alimentação saudável, prática de atividades físicas e interação entre equipes.
Para iniciar o processo de certificação, as organizações precisam apresentar um plano detalhado de ações e submetê-lo à análise da comissão certificadora. Caso aprovadas, as empresas receberão o selo, válido por dois anos. Após esse período, será necessária uma nova avaliação para renovação do certificado.
Impacto estratégico e diferencial competitivo
Michel Cabral, CEO da Vixting, destaca a importância da nova lei:
“A Lei 14.831 coloca a saúde mental no centro da estratégia organizacional, estimulando mudanças estruturais que impactam diretamente na produtividade e na retenção de talentos. Para as empresas, é uma oportunidade de transformar o ambiente de trabalho e se posicionar como líder em bem-estar e inovação.”
A certificação também promete beneficiar as organizações ao reduzir custos associados ao absenteísmo, melhorar a satisfação dos colaboradores e fortalecer sua imagem no mercado.
Alguns especialistas, porém, apontam que a lei, apesar de inovadora, apresenta lacunas significativas, pois as ações sugeridas no texto atual concentram-se em abordagens individuais, como treinamentos e programas de incentivo, sem atuar diretamente sobre as causas estruturais do sofrimento psíquico no ambiente de trabalho.
“Há pontos sensíveis, obviamente, que precisam ser esclarecidos, como a ação em ambientes hostis e até mesmo a criticada ausência de representantes dos trabalhadores nas discussões iniciais da lei, o que levanta dúvidas sobre sua eficácia prática para muitos, mas, para as empresas será necessário se adequar a essa realidade”, reforça Cabral.
Regulamentação e adequação
A legislação foi publicada no Diário Oficial da União em março de 2024 e está em fase de regulamentação, com regras finais previstas para serem anunciadas ainda este ano. As empresas têm até março de 2025 para se adequarem às exigências e submeterem suas candidaturas à comissão avaliadora.