Sistema para tratar epilepsia é selecionado por programa de inovação do Sebrae

Um total de 270 planos de inovação de todo o país vão receber recursos de até R$ 150 mil cada, convertidos em bolsas e auxílio, para transformarem pesquisas científicas em uma micro e pequena empresa de base tecnológica. Os projetos foram selecionados por meio do Catalisa ICT, iniciativa inédita de inovação aberta do Sebrae e parceiros que está em sua terceira etapa.

Além do aporte financeiro, os pesquisadores à frente dos projetos receberão capacitações e mentorias. É nesse momento também que se dá a aproximação com grandes empresas inovadoras ou entidades de ciência e tecnologia para compartilhamento de infraestrutura, incubação ou aceleração. Os profissionais terão acesso a serviços de incubadoras, aceleradoras, Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) e Laboratórios credenciados, além de um acompanhamento individual.

Ao fim dessa fase, a previsão é que seja aberta uma nova chamada pública, o terceiro edital do Catalisa ICT, a fim de escolher até 130 novos projetos de PD&I submetidos por empresas de base tecnológica. O Catalisa ICT é destinado para qualquer segmento do mercado que use a transferência científica para fomentar o empreendedorismo.

“Podemos dizer que o Sebrae traz o caminho para quem está à frente das pesquisas de inovação e tecnologia. O Catalisa permite ao pesquisador tirar a sua ideia do papel de maneira completa, pois recebe acompanhamento em todas as etapas, com capacitação, consultoria, até o desenvolvimento do projeto. Vamos de ponta a ponta. É, de fato, transformar o sonho em solução, colocando para uso da sociedade”, explica o gerente de Inovação do Sebrae, Paulo Renato.

Um dos projetos selecionados pelo Catalisa é o Sistema de Gestão no Tratamento de Epilepsia. Inovador, ele trará condições para que pacientes com epilepsia possam ter mais autonomia no seu dia a dia. Composto por três ferramentas, o sistema conta com o Aurora, dispositivo vestível capaz de prever crises epilépticas com antecedência, diferente dos produtos atuais, que apenas conseguem alertar durante uma crise; o Epistemic App, aplicativo no qual o usuário pode anotar toda a informação de suas crises e de hábitos diários, fornecendo mais informação ao médico para seu tratamento; e o Epistemic Web, por meio do qual o médico pode ver os dados em forma de gráficos, correlacionando crises com possíveis gatilhos.

Segundo a cofundadora e CEO da Epistemic, Paula Renata Cerdeira Gomez, o projeto promete um impacto significativo, melhorando a qualidade de vida de pacientes e cuidadores, auxiliando médicos no tratamento e, em alguns casos, possibilitando a volta à atividade econômica de pacientes. “Existem poucos apps diários de epilepsia. O nosso é o único: em português, que pareia com um smartwatch e que se integra com uma plataforma para o médico. Após completado o projeto de inserção de inteligência artificial, ele será totalmente inovador no mundo”, prevê Paula.

A empresa está incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), na Universidade de São Paulo (USP). A CEO conta que ficou sabendo do Catalisa por meio da Cietec. Ela espera que, ao fim da iniciativa, consiga, entre outras metas, testar o Aurora com pacientes internados no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Com o Catalisa, ficou muito mais clara a dor do nosso cliente e como temos que direcionar nossa solução para atender a essa dor. Assim, refizemos nossa proposta de valor e algumas funcionalidades do nosso sistema”, explica.

Para execução do Catalisa ICT, o Sebrae conta com a colaboração do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI); do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ); do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi); da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec); do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), entre outras.

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