As dez nações que mais produzem plástico em todo mundo geram mais de 205 mil toneladas de resíduos plásticos por ano, dos quais apenas 22,4% são recicladas, de acordo com dados da ONG WWF. O Brasil ocupa o triste 4° lugar deste ranking, produzindo mais de 11 milhões de toneladas de lixo plástico a cada ano, das quais apenas 1,3% são recicladas. Pensando nesta realidade e na necessidade de adotarmos um futuro mais sustentável, a ACG Packaging Materials, divisão de embalagens da empresa ACG, desenvolveu uma nova tecnologia de PVC biodegradável – Bio D. A inovação permite que uma vez que os filmes de PVC sejam submetidos às condições de um aterro sanitário, se decomponham em um período aproximado entre 5 e 10 anos, o que normalmente levaria cerca de 500 anos para acontecer.
O produto pode ser utilizado para diversas aplicações industriais, dentre elas: embalagens de forma geral, na fabricação de blisters da indústria farmacêutica, na indústria bancaria para fabricação de cartões de crédito. A tecnologia funciona por meio da inclusão de aditivos que, nas condições de temperatura, pressão e umidade de um aterro sanitário – destino de boa parte do lixo sólido produzido no Brasil – permite que, por meio da ação de bactérias, a estrutura química do material seja “quebrada”, transformando o polímero de PVC em partes menores ou até mesmo em seu monômero, ou seja, uma substância mais simples, que é então degradada totalmente.
“Diante dos testes realizados, constatou-se que nas camadas mais profundas de um aterro sanitário, onde a temperatura pode alcançar até 60° C, o processo de decomposição acontece em um período de aproximadamente 5 anos. Nas camadas mais superficiais, em que a temperatura fica em torno de 25°C, este processo ocorre em um prazo maior, de aproximadamente 10 anos. Considerando que o PVC comum leva cerca de 400-500 anos para se decompor, esta nova tecnologia representa um avanço significativo na forma de lidar com o problema da geração e tratamento do lixo plástico, em especial do PVC. Pela primeira vez a indústria e a sociedade têm uma maneira concreta de gerenciar a degradação destes resíduos”, afirma Daniel Aymard, CEO da ACG Packaging Materials Latam.
A tecnologia foi desenvolvida na ACG Packaging Materials da Índia, foi transferida para sua sucursal no Brasil e já está disponível para o mercado brasileiro. A ACG entrega o PVC para as fábricas responsáveis pela geração do produto final no formato de bobinas de PVC para a produção dos blisters na indústria farmacêutica e de chapas de PVC para a produção de cartões bancários e outros tipos. Além de proporcionar sustentabilidade para as indústrias, o produto oferece uma excelente relação custo-benefício, na comparação com o PVC tradicional.
“O mais atraente nesta tecnologia, somado ao curto tempo de degradação do PVC, é que este é um produto “inteligente”. Ele acompanha a vida útil dos produtos ao qual está acoplado. Nestes casos, os medicamentos e os cartões de crédito. Apenas quando ele é descartado e chega aos aterros sanitários, é que o processo de decomposição começa. Naturalmente, não seria interessante que um medicamento com validade de dois ou três anos, tivesse uma embalagem que começasse a se degradar em seis meses, por exemplo. O mesmo no caso dos cartões. Assim, o PVC Bio-D da empresa ACG não altera o tempo de uso dos produtos”, explica Aymard.
Outra vantagem do PVC-Bio D é que ele possui um excelente desempenho de maquinas e, portanto, no processo industrial dos clientes. Ele se comporta de maneira igual ao produto tradicional. Ao ser usado na fabricação de embalagens farmacêuticas, ele permite a formação das bolhas dos blisters, pode ser aquecido e termoformado perfeitamente; na indústria bancária, pode receber chips, impressões e arte final dos cartões bancários. Sua velocidade de processamento dentro dos maquinários também é adequada. O mesmo não acontece com outros tipos de plásticos de PVC biodegradáveis com outras tecnologias.
“Era necessário criar um material que fosse amigável ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, atendesse às necessidades das indústrias. Nós conseguimos atingir este objetivo com o PVC Bio D”, pontua o executivo. A preocupação com a sustentabilidade cresce em toda a sociedade e nas empresas. A ACG tem o compromisso de cooperar com esta tendência e de criar um futuro melhor para todos. Esta tecnologia vai de encontro a esta necessidade.