Rede D’Or São Luiz monta laboratório de biologia molecular oncológica

A Rede D’Or, presente em 12 estados do Brasil e no Distrito Federal, e o ID’Or – Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino investiram R$ 30 milhões para montar um laboratório de biologia molecular genômica oncológica referência na América Latina. Atualmente, a biologia molecular tem um papel fundamental no tratamento do câncer, já que estuda os processos moleculares que ocorrem nas células cancerígenas, as alterações genéticas e epigenéticas que levam ao desenvolvimento e progressão do câncer.

“A oncologia não se move sem esse tipo de exame. Boa parte dos pacientes oncológicos precisa deles para que se exerça a medicina personalizada. Sem esses recursos, não há medicina personalizada”, ressalta Fernando Soares, diretor médico do Departamento de Anatomia Patológica da Rede D’Or São Luiz.

O laboratório possibilitará que amostras, antes enviadas para o Foundation One nos Estados Unidos, sejam analisadas aqui no Brasil. Com isso, os diagnósticos serão mais rápidos – fundamental para o tratamento de câncer – e os médicos terão contato direto com os responsáveis pelas análises.

“Quando mandamos os exames para os Estados Unidos, recebemos de volta um laudo e temos pouca ou nenhuma chance de conversar com quem está na outra ponta analisando esse exame. Na Rede, estaremos junto com a oncologia e os demais médicos para discutir cada caso e adequar a melhor necessidade do paciente”, destaca Fernando Soares. “Desde a origem haverá uma discussão qual é a melhor conduta para o paciente. Isso é medicina personalizada, de fato”, acrescenta ele.

Entre os exames que poderão ser feitos no laboratório de biologia molecular oncológico está o Teste para Doença Residual Mínima (DRM), oferecido de forma inédita no Brasil. Com ele é possível identificar precocemente a presença de um genoma tumoral na circulação sanguínea do paciente.

“Por meio de análise do tumor do paciente, sabemos exatamente as alterações genômicas dele. Cada vez que passar em consulta ou quando o oncologista achar que é necessário, é colhida uma amostra do sangue do paciente para pesquisar se essa alteração genômica está presente na circulação sanguínea. Geralmente, essas alterações genômicas no sangue precedem a volta do tumor”, explica Soares.

Esse exame é realizado no mundo, no entanto, o resultado demora até 45 dias para chegar ao oncologista e impede que o tratamento seja feito na celeridade necessária para cuidar de câncer. “Muitas vezes quando esses exames são levados para análise nos EUA, por motivos como o transporte, após um mês descobrimos que o exame não ficou bom e precisa ser refeito. Com isso, no dia seguinte, já poderemos saber se a amostra está certa ou não”, conta Soares.

Além desse exame, os pacientes e médicos terão à disposição outras análises, como:

● Teste de biópsia líquida para pesquisa de biomarcadores preditivos de tratamento para diagnóstico em líquor;
● Teste de clonalidade por sequenciamento de nova geração para doenças linfoides;
● GH e/ou SNP array para pesquisa de alterações moleculares e classificação de lesões melanocíticas da pele;
● Painéis de expressão gênica nanostring, predição de risco de recorrência e de resposta a quimioterapia em câncer mama;
● Perfil de metilação para classificação dos sarcomas; teste de sequenciamento germinativo para genes de predisposição ao câncer baseado em RNA;
● Rastreamento de câncer em pacientes assintomáticos portadores de síndrome de predisposição hereditária ao câncer a partir de análise de DNA tumoral circulante (teste de biópsia líquida)

A integração completa de dados genômicos e clínicos farão parte de um banco de dados para estudos de Big Data, que possibilitará a realização de novas pesquisas. O que atende ao compromisso que a Rede D’Or tem com o pioneirismo tecnológico, a medicina brasileira e seus pacientes.

A tecnologia adquirida estará disponível nos 72 hospitais e 55 clínicas oncológicas que fazem parte da Rede D’Or.

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