KPMG diz que transformação na saúde é crucial para enfrentamento de futuras crises

O relatório “Horizontes de Saúde” divulgado pela consultoria americana KPMG alerta que sistemas em todo o mundo — desde serviços financiados pelo governo até modelos baseados em seguros privatizados — estão enfrentando crises potencialmente existenciais que exigem um novo pensamento radical e inovador.

Olhando para o futuro, o relatório destaca que a pandemia provavelmente será apenas a primeira de várias ondas sucessivas de crises que devem atingir a indústria, como uma recessão global, instabilidade geopolítica e desastres em relação às mudanças climáticas.

O documento aponta que os sistemas de saúde no Brasil e em todo o mundo estão enfrentando dificuldades com as mesmas questões relacionadas ao acesso e à demanda dos serviços, à falta e ao esgotamento físico dos funcionários.

“O relatório tem como objetivo oferecer uma visão sinérgica que enfoca o equilíbrio entre o investimento em tecnologia, o empoderamento da força de trabalho, envolvimento da comunidade e a tomada de decisões. Estamos falando da verdadeira devolução de decisões e serviços — permitindo aos usuários das funções de saúde assumir um papel mais ativo na orientação dos serviços em sua área — respaldados pela inovação e pela tecnologia”, disse o sócio-líder de infraestrutura, governo, saúde e ciências da vida da KPMG no Brasil, Leonardo Giusti.

O estudo prevê três cenários futuros possíveis para a indústria. São eles:

1º) Nesse cenário, os sistemas de saúde voltam a ser “negócios normalmente” pré-pandemia. Ees continuam a depender principalmente de modelos de atendimento centrados no hospital, enfocar esforços na contratação de novos funcionários sem abordar a retenção e o bem-estar e adotar algumas novas tecnologias de maneira desarticulada.

2º) Nesse cenário seguinte, os sistemas de saúde passam por transformações tecnológicas radicais, alavancando dados e tecnologias emergentes. No entanto, isso não é acompanhado pelo engajamento e integração da comunidade, nem pelo foco na força de trabalho.

3º) Já nesse cenário, a tecnologia e os ativos da comunidade são alavancados para aumentar a capacidade da força de trabalho de oferecer cuidados de alta qualidade. A tecnologia é vista como um meio para o fim – ativando os pacientes em seus próprios cuidados, permitindo aos profissionais de saúde que se envolvam melhor no atendimento.

Ainda sobre isso, a sócia-diretora líder do segmento de saúde da KPMG no Brasil, Rita Ragazzi, observa que a criação de sistemas de saúde inclusivos exigirá uma transformação radical que alavanque a tecnologia para aprimorar os modelos da força de trabalho, empoderar as comunidades e criar ecossistemas que permitam interações sem atropelos entre organizações locais, nacionais e globais. “Transformação de tal magnitude exigirá uma grande colaboração entre todas as partes interessadas do sistema de saúde e o planejamento de horizontes de crise e mudança em vez dos ciclos típicos de planejamento comercial de um ou quatro anos”, diz ela.

Related posts

Movimento em prol de saúde mais inclusiva tem apoio da ANS

Minsait desenvolve sistema que agiliza doação e transplante de órgãos, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás

Devices: a integração do mundo digital e físico no atendimento ao paciente