O brasileiro Lucas Paulo de Lima Camillo, de 24 anos, desenvolveu um novo modelo de medição da idade biológica do ser humano que visa identificar mais cedo doenças ligadas ao envelhecimento. Trata-se do AltumAge, um algoritmo que calcula, com uma diferença de apenas 2,2 anos, a idade entre corpo e vida.
O objetivo, segundo o jovem, é fazer com que as pessoas consigam identificar mais rapidamente doenças e males à saúde como câncer de mama, câncer de próstata, osteoporose, diabetes tipo 2, entre muitas outras. Dessa forma, a pessoa pode iniciar precocemente os tratamentos e ter uma melhor qualidade de vida. “O estudo é capaz de diagnosticar possíveis doenças relacionadas à velhice mais precocemente, a partir de análise de quaisquer tecidos humanos, como saliva, sangue, entre outros, de forma menos evasiva”, comenta Camillo.
O cientista brasileiro observa que atualmente já é possível identificar a diferença entre idade biológica e cronológica por meio de exames de sangue, por exemplo. Ou seja, uma pessoa de 40 anos de idade, pode ter células, tecidos e órgãos mais envelhecidos.
O estudo do brasileiro foi realizado enquanto ele se formava em bioquímica pela prestigiada Universidade de Brown, nos Estados Unidos, e já teve publicação na revista científica npj Aging. O avanço na pesquisa foi muito comemorado pela comunidade científica, já que o mais próximo disso havia sido o estudo de Steve Horvath, quando em 2013, à época professor de Universidade de Berkeley, desenvolveu um modelo matemático que previa a idade biológica com margem de erro de três anos e meio.
Atualmente, Camillo estuda medicina na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, com apoio da bolsa de estudos Tech Fellow, um programa de incentivo da Fundação Estudar. “O objetivo, agora, é entender mais sobre a biologia do envelhecimento para, no futuro, achar um único tratamento contra todas as doenças relacionadas à idade”, conclui o estudante.
O programa, inclusive, está com inscrições abertas e pretende, neste ano, distribuir R$ 1 milhão em bolsas de estudo. Desde que foi criado, já foram repassados R$ 4,9 milhões a jovens estudantes brasileiros, que passaram por algumas das principais universidades do mundo, como Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Universidade de Yale, Universidade de Harvard, entre outras.
O Tech Fellow é voltado para alunos da área de tecnologia, que queiram cursar ciência da computação, engenharia da computação, engenharia de software, data science, sistemas de informação e cursos relacionados, como é o caso de Camillo, que embora esteja, agora, graduando-se na área da saúde, seus estudos são voltados ao campo tecnológico.
O auxílio contempla o pagamento do curso e despesas relacionadas aos estudos como moradia, transporte, alimentação, livros de quem já estuda fora ou deseja cursar as melhores universidades do mundo e busca apoio para potencializar sua carreira na área tech. Para se inscrever gratuitamente, basta acessar o link até cinco de junho.
Pré-requisitos para o Tech Fellow
● Ser brasileira ou brasileiro
● Ser estudante promissor na área tech
● Estar cursando ou em processo de aceitação para graduação ou intercâmbio de longa duração em universidade do exterior ou nas mais bem ranqueadas do Brasil
● Estar em processo de aceitação, matriculado ou cursando algum dos seguintes cursos:
– Ciência da Computação
– Data Science
– Engenharia de Software ou Computação
– Sistemas de Informação
– Ou cursos relacionados
Etapas do processo
O processo de seleção para se tornar um Tech Fellow é composto por cinco etapas:
● Inscrição
● Entrevistas individuais
● Avaliação Técnica
● Aprofundamento com especialistas
● Painel Final com lideranças do mercado de tecnologia