Análise de dados ajuda a melhorar a gestão da saúde da população, dizem especialistas

A análise de dados pode ajudar no gerenciamento da saúde da população e melhorar as condições clínicas dos pacientes, aprimorar os cuidados com a saúde e avaliar as determinantes sociais que impactam a saúde. Essa foi a tônica de painel realizado em setembro do ano passado pela HealthITAnalytics, que contou com a participação de líderes de TI da Stanford Children’s Health, Jefferson Health e Geisinger e durante o qual foram discutidos o big data e seu papel no aprimoramento da gestão da saúde da população.

Apesar de o evento ter ocorrido há quase um ano, o tema continua atual e deve ser foco de qualquer instituição de saúde ao redor do planeta. Como bem disse à época Bracken Babula, médico e diretor de informações médicas da Jefferson Health, entender as métricas do paciente e o desenvolvimento de pontuações de risco é fundamental para o processo de coleta de dados. Segundo ele, por meio da análise de dados e do gerenciamento da saúde da população, as instituições de saúde podem melhorar os resultados dos pacientes, aprimorar o gerenciamento de cuidados e abordar os determinantes sociais da saúde.

“Algumas das coisas que estamos tentando descobrir como usar são pontuações de risco que podem extrair várias métricas diferentes de todo o sistema. Noções básicas como idade, sexo, seguro e coisas mais complicadas, como histórico médico passado e valores laboratoriais. Podemos então colocar tudo isso em uma visão mais ampla do paciente, com a ideia de que você pode direcionar seu alcance”, disse Babula.

Por meio da análise de dados, os médicos e os gestores podem obter insights sobre as necessidades dos pacientes e alocar recursos para aqueles que podem precisar mais deles, melhorando o gerenciamento dos cuidados. De acordo com os especialistas, ao implementar estratégias de gerenciamento de saúde populacional e análise de dados, as instituições estão substituindo a mentalidade de atendimento “tamanho único” para fornecer atendimento baseado em valor.

O objetivo do cuidado baseado em valor, dizem eles, é padronizar o processo de saúde, melhorando a experiência do paciente, a saúde das populações de pacientes e o custo do atendimento. Por meio da análise de dados, os provedores podem avaliar quais processos são os métodos mais eficazes para o bem-estar e a prevenção em modelos de atendimento baseados em valor.

Além disso, com a gestão da saúde da população, as instituições podem considerar os determinantes físicos e sociais da saúde que podem impactar os indivíduos e focar no “bem cuidar”, em vez de esperar que a pessoa adoeça. Não é à toa que cada vez mais a análise de dados e o gerenciamento da saúde da população estão sendo usados ​​no trabalho com os determinantes sociais da saúde.

No Stanford Children’s, os pesquisadores estão coletando dados de pacientes para entender melhor os fatores ambientais que podem influenciar a saúde de um indivíduo. “O único aspecto que estamos analisando no Stanford Children é em torno dos determinantes sociais da saúde. Compreender quais são as condições, além das coisas típicas que você coleta em uma consulta médica. Existe violência doméstica ou insegurança alimentar, ou coisas assim, que realmente afetariam a saúde do paciente no futuro e podem ter intervenções diferentes de uma consulta médica típica?” disse o diretor de análise da Stanford Children, Brendan Watkins.

O Jefferson Hospital também estudou os determinantes sociais da saúde em relação à vacina Covid-19. O hospital usou métricas chamadas de índice de vulnerabilidade social e o índice de necessidades da comunidade para avaliar e direcionar para onde as vacinas deveriam ir.

O diretor de aprendizado de máquina da Geisinger, Abdul Tariq, disse à HealthITAnalytics que prevê a expansão da análise de dados na gestão da saúde não apenas pelas instituições de saúde em si, mas também por provedores de tecnologia. “À medida que mais e mais pessoas adquirirem dispositivos vestíveis como Fitbit, Apple Watch, esses dados começarão a ser capturados e haverá um mercado que se abrirá, em que as empresas de tecnologia começarão a fornecer alguns desses insights que os sistemas tradicionais de saúde forneceram”, acredita ele.

Segundo ele, com dispositivos vestíveis, há uma oportunidade para os provedores acessarem esses dados para melhorar os resultados dos pacientes. “Por meio da análise de dados e do gerenciamento da saúde da população, os sistemas podem identificar populações necessitadas, estratificar o risco e acompanhar o progresso do paciente.”

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