O Hospital Alemão Oswaldo Cruz completa a implementação do robô BD Rowa, como parte do projeto de automação de seu almoxarifado. A novidade trouxe uma transformação no gerenciamento de medicamentos, reduzindo o tempo de separação de unidades em 90% e aumentando a capacidade de processamento diário em até 75%.
Antes, o almoxarifado demorava até duas horas para separar 100 unidades, com cada item de estoque sendo processado em mais de um minuto. Atualmente, essa mesma tarefa é realizada em menos de uma hora, com cada item sendo separado em apenas sete segundos, representando uma redução de mais de 90% no tempo de processamento por unidade.
Em termos de volume diário, antes da automação, o almoxarifado conseguia processar cerca de 400 unidades/dia, devido às limitações do processo manual. Com a implementação do robô aliado ao WMS (Warehouse Management System), software responsável por organizar e coordenar todo o fluxo de medicamentos e materiais no almoxarifado, esse número subiu para algo entre 500 e 700 itens diariamente, aumento de até 75% na capacidade de processamento.
O BD Rowa, desenvolvido pela empresa norte-americana BD, chegou à América Latina, com o Hospital Alemão Oswaldo Cruz sendo o primeiro a implantar essa automação no setor hospitalar brasileiro.
Utilizando inteligência artificial, o robô armazena até 15 mil unidades em estoque e otimiza processos como armazenamento, separação e distribuição de insumos hospitalares, oferecendo maior eficiência, segurança e rastreabilidade completa dos produtos.
O Rowa também usa inteligência artificial para adaptar-se automaticamente às demandas diárias de distribuição, aprimorando a precisão das operações. Segundo a fabricante, o robô diminui em até 33% o tempo gasto necessário para localizar e separar um medicamento do estoque.
“Hoje, o BD Rowa já é responsável pela manipulação de aproximadamente 10% dos medicamentos do Hospital, com planos de aumentar essa capacidade em até 40%, para termos mais confiabilidade e agilidade do processo. O sistema também oferece um armazenamento com capacidade para até 15 mil unidades de produtos, otimizando espaço, e ampliando a precisão e a eficiência”, conta Leonisa Scholz Obrusnik, gerente de Suprimentos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e responsável pelo projeto.
Além disso, a automação melhorou as condições de trabalho dos 37 colaboradores do almoxarifado, que não precisam mais movimentar caixas pesadas ou percorrer longas distâncias, resultando em ainda mais segurança e melhora nas condições de trabalho do setor.
Agora, esses colaboradores têm a oportunidade de se dedicar a atividades mais técnicas. Para isso, passaram por um treinamento especializado, capacitando-os a operar o sistema de separação e armazenamento de medicamentos do robô.
Outro avanço em andamento é a transição para tecnologias móveis, com o uso de smartphones com 5G substituindo os antigos sistemas de coletores. Essa atualização promete otimizar ainda mais as operações, especialmente em áreas com baixa cobertura de Wi-Fi.
Segundo Leonisa, “o robô nos permite atender os setores do Hospital de forma muito mais eficiente. A automação não apenas acelera a distribuição, mas também garante o controle e a segurança em cada etapa do processo”.
Automação: como funciona
O processo começa com o recebimento dos itens no almoxarifado, enviados pelos fornecedores. A rastreabilidade de cada medicamento é garantida desde o início, utilizando códigos que permitem monitorar todo o percurso. Quando os medicamentos chegam em larga escala, eles são colocados em uma esteira automatizada do robô Rowa, que fotografa e registra as embalagens no sistema.
As caixas de medicação são armazenadas em questão de segundos. A disposição dos itens é aleatória, controlada por inteligência artificial, que localiza cada produto apenas quando uma solicitação é feita. “Isso traz mais segurança e aproveitamento de espaço”, afirma Leonisa.
Quando um setor do Hospital, como a farmácia central, unidades de internação, UTI, ou outros departamentos, solicita um medicamento, o almoxarifado recebe a requisição digital. A partir daí, o robô encontra o item em cerca de sete segundos, disponibilizando para o envio manual.
Com 369 leitos, o Hospital atende centenas de pessoas todos os dias, tornando a automação fundamental para garantir agilidade e precisão no processo de distribuição.
Um dos destaques da automação é o rigoroso controle de validade, garantindo que medicamentos com prazos de validade mais próximos do vencimento sejam dispensados primeiro, evitando desperdícios e assegurando que nenhum item expire enquanto estiver em estoque.
Durante a noite, com menor demanda dos setores, o robô reorganiza automaticamente o armazenamento, assegurando que tudo esteja pronto para a manhã do dia seguinte, quando há maior movimentação e solicitação de dispensação das medicações. Além disso, o sistema faz o controle de estoque, acessível pelos fornecedores, com seu estoque sendo renovado a cada sete dias.
“O robô trouxe agilidade e controle em todas as etapas do processo logístico. Conseguimos reduzir os riscos de vencimento e perda de insumos, graças à integração com um sistema que monitora desde a entrada até a saída dos produtos”, finaliza a diretora.