A Biomm, empresa pioneira no setor de biomedicamentos no Brasil, apresentou receita líquida de R$ 40 milhões no 4T24, variação 100% positiva em relação ao 4T23 (R$ 20 milhões), representando o melhor trimestre já registrado pela companhia. Na comparação anual, houve aumento de 21%, passando de R$ 118,2 milhões em 2023 para R$ 142,9 milhões em 2024, refletindo o crescimento das vendas em geral no ano.
Em 2024, foram investidos R$ 102,4 milhões em ativos fixos entre edificações, instalações, máquinas e equipamentos de processamento de dados e software, e R$ 19,3 milhões em ativo imobilizado e intangível.
“A Biomm segue alcançando marcos significativos no mercado por meio de suas marcas, ampliando o acesso a tratamentos no país e consolidando a relevância da empresa no setor de biotecnologia. Em 2024, a presença e participação da companhia no mercado biofarmacêutico brasileiro evidenciam ganhos expressivos de market share nas áreas de diabetes, oncologia e trombose”, explica Heraldo Marchezini, CEO da Biomm.
O lucro bruto registrado no 4T24 foi negativo em R$ 2,9 milhões, ante a R$ 3,3 milhões positivos no 3T24. No consolidado anual, o lucro bruto foi de R$ 17,9 milhões, representando uma queda anual de 23% em comparação com 2023 (R$ 23,3 milhões). As variações devem-se, principalmente, ao mix de vendas, com queda na comercialização de produtos de maior valor agregado. Soma-se a isso o ligeiro aumento de custo médio dos produtos vendidos, sendo parte devido ao início da produção local ainda em fase de ramp up.
As despesas operacionais passaram de R$ 22 milhões, no 4T23, para R$ 21,3 milhões no 4T24. Já na comparação anual, as despesas oscilaram 3%, passando de R$ 95,8 milhões, em 2023, para R$ 99,1 milhões, em 2024, em razão, principalmente, do aumento da força de trabalho com o início da operação da fábrica em Nova Lima (MG).
Em relação ao Ebitda, houve variação de R$ 6 milhões negativos, para R$ 22,1 milhões negativos, do 4T23 para o 4T24. O Ebitda consolidado de 2024 foi de R$ 69,3 milhões negativos, aumento de 13% em relação ao ano anterior, quando foram registrados R$ 61 milhões negativos. A variação anual deve-se, principalmente, à redução do lucro bruto e ao aumento de despesas referentes a gastos ainda pré-operacionais incorridos no ano de 2024.
Ao final de 2024, o saldo da dívida a ser quitado até o fim de 2025 era de R$ 45,7 milhões, enquanto o caixa e aplicações financeiras registrou R$ 152,7 milhões. A companhia segue na gestão contínua do fluxo de caixa e perfil de endividamento, atenta às necessidades de financiamento das atividades.
Operação da fábrica e expansão de portfólio
Em 2024, a Biomm inaugurou a fábrica em Nova Lima (MG) e iniciou a produção da insulina glargina (Glargilin). Com investimentos de R$ 800 milhões, a unidade foi projetada para atender às mais altas normas de qualidade e tem capacidade para suprir a demanda nacional desta insulina, favorecendo o acesso dos pacientes com diabetes ao tratamento. A fábrica tem capacidade para produzir 20 milhões de unidades de carpules (refis) e de canetas de insulina glargina por ano. Além disso, também tem capacidade para fabricar 20 milhões de frascos de outros biomedicamentos.
No mesmo ano, a Biomm fechou parcerias estratégicas para ampliar o portfólio, com foco no licenciamento e distribuição de biomedicamentos para tratamento de diabetes e controle do peso em pessoas com obesidade ou sobrepeso. Os acordos foram assinados com Biocon, para comercialização de semaglutida, e com a Kexing Biopharm, para distribuição da liraglutida, ambas ainda estão sujeitas à aprovação do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, à publicação do preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos – CMED e ao término da patente.
Também realizou uma parceria com a Huisheng Biopharmaceutical, para comercialização da insulina degludeca, e com a Gan&Lee Pharmaceuticals, para comercialização de insulina asparte e lispro, após a aprovação do registro na ANVISA e a publicação do preço pela CMED.
Ampliação do acesso a tratamentos avançados e autonomia produtiva
A Biomm venceu, em 2024, o pregão realizado pelo Ministério da Saúde para fornecimento de 3,3 milhões de unidades de insulina glargina. Trata-se do primeiro pregão deste tipo de insulina no país, ampliando o acesso dos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
No ano passado, a companhia celebrou, ainda, acordo com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), a Wockhardt e a Gerais, Comércio e Importação de Materiais e Equipamentos Médicos, uma parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) de insulina humana no Brasil para atender 50% da demanda anual do medicamento pelo Ministério da Saúde. Este programa visa reduzir a vulnerabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da produção de medicamentos no país e beneficiará milhares de pacientes do sistema público de saúde.
Além disso, em abril de 2024, a Biomm e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinaram um protocolo de intenções para desenvolver um programa de cooperação mútua, voltado para plataformas de produção de medicamentos para o tratamento de doenças metabólicas. O objetivo da parceria é desenvolver projetos de cooperação alinhados com políticas governamentais que visem o fortalecimento do Complexo Econômico e Industrial da Saúde e maior autonomia do Brasil na produção de medicamentos para o SUS.
“Por meio das PDP, contribuímos para a implementação de novas tecnologias de produção de insulina no país e aumentamos a relevância do Brasil no setor de biotecnologia farmacêutica. Desta forma, buscamos colaborar também para a ampliação do acesso da população a tratamentos avançados”, finaliza o CEO.