Promover capacitação e colaboração na área de saúde em 140 hospitais universitários é o objetivo da Rede Universitária de Telemedicina (RUTE), que com o surgimento da pandemia teve um papel relevante para o enfrentamento da pandemia, com a criação do SIG Covid, congregando os hospitais terciários, universitários, públicos e privados, para realizar o tratamento dos casos de maior gravidade, trocando experiências não somente entre profissionais do Brasil, como também do exterior, como China, Itália, EUA e outros países.
Segundo Luis Ary Messina, coordenador nacional da RUTE e presidente da Associação Brasileira de Telemedicia e Telessaúde, a entidade que comemorou 15 anos de atuação em abril passado, também exerce um papel de articulação para incorporar a telessaude no SUS conforme as diretrizes da OMS/UIT, que através do Datasus busca nortear e alinhar as diversas atividades e projetos públicos e privados, potencializando o poder de transformação da saúde digital no Brasil.
Messina explica que a RUTE está alinhada com a Estratégia Global de Saúde Digital, entendendo que os esforços nacionais podem ser potencializados pela colaboração, troca de conhecimento e de experiências entre países, centros de pesquisa, empresas, organizações de saúde e associações de usuários ou cidadãos, com o objetivo de promover a saúde para todos, em todos os lugares. Ela envolve o Plano de Ação de Saúde Digital para o Brasil 2020-2028, que prevê um conjunto de atividades a serem executadas e os recursos necessários para a implementação da Visão de Saúde Digital, associados a etapas evolutivas durante esse período.
A entidade também atua em fornecer subsídios para Frente da Telessaúde, formada por 207 deputados federais e senadores, com apoio de 28 entidades na área da saúde que apoiam o projeto de estabelecer a telessaúde como modalidade permanente no Brasil, por meio de lei específica. Ela foi lançada em novembro de 2020, tendo como presidente da Frente a deputada federal Adriana Ventura (NOVO/SP).
A RUTE também inspirou a criação da Rede Clara, que em março último ganhou a adesão do Chile, fortalecendo a cooperação científica e educacional em saúde na América Latina que conta com participação do México, Colômbia, Equador, além do Brasil.
Também participa da articulação e consolidação do Grupo de Trabalho Permanente de Telemedicina e Telessaúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que envolve Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Timor Leste e São Tomé e Príncipe.
Ampliação
Messina diz que além do seu papel na formação profissional de hospitais universitários, a RUTE quer incorporar novos grupos de interesse, como de preceptores e alunos de residência médica, associação de estudantes, agentes de saúde e profissionais das UBS, entre outros, disseminado os conteúdos dos grupos de interesse para troca de conhecimento, experiência e colaboração. “A participação nos grupos é aberta a todos que se qualificarem de acordo com as regras do próprio grupo”, explica.
Dentro desse objetivo, ele ressalta também a articulação com confederações de diferentes especialidades de saúde, como Odontologia, Psicologia, Terapia Ocupacional, Farmácia, Nutrição, etc, para troca de experiências do que aconteceu durante da pandemia e o que é esperando no período pós-pandemia.
Em seus grupos de interesse mais de sete mil pessoas já se registrarem em um dos cursos, mas o executivo diz que atualmente a RUTE enfrenta problemas de restrição de orçamento público para sua expansão, que está aberta a receber apoio e contribuições de outras organizações, sem, contudo, fazer parte estatutária da rede.