Conforme um relatório publicado recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 17,5% da população mundial adulta sofre de infertilidade. Muitos casais acabam tendo um atraso na realização de seus sonhos de formar uma família, já que a infertilidade normalmente é tratável e pode ser revertida. Uma grande parceira das técnicas de reprodução assistida, é a inteligência artificial, que está se tornando cada vez mais presente em todas as áreas e nesta não seria diferente.
Uma tecnologia que vem ganhando destaque no ramo é a incubadora com time-lapse. “A incubadora vem sendo um grande destaque na área, por monitorar os embriões em tempo integral e tirar fotos com intervalos que podem variar entre 5 e 20 minutos, além de utilizar algoritmos para selecionar o embrião”, explica Renato Fraietta, médico especialista em reprodução humana na CPMR – Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva e coordenador do Setor Integrado de Reprodução Humana da Universidade Federal de São Paulo. “Com o sistema de fotos, o profissional consegue observar a divisão embrionária, fazendo com que o embriologista selecione os embriões que se dividem melhor, deixando de transferir aqueles com baixo potencial, que não implantariam ou levariam a aborto”, completa.
Esse equipamento mostra como a inteligência artificial pode contribuir na medicina reprodutiva. Indo pelo caminho contrário do que muitos acreditam, a IA não irá substituir os profissionais do ramo, mas, sim, servir como ferramenta para auxiliar nas análises de dados de cada procedimento.
A inteligência artificial ainda tem muito o que contribuir na medicina reprodutiva, aprimorando o tratamento e prognóstico dos pacientes inférteis, seja no método já citado de seleção de embriões ou até mesmo na seleção e avaliação de óvulos e sêmen.
Para Fraietta, a incubadora inteligente mostra como, em breve, a IA será implantada em outros procedimentos de reprodução assistida. “Estamos vivenciando uma época em que a inteligência artificial está auxiliando nas mais diversas funções em todas as áreas que podemos imaginar. Com isso, temos boas perspectivas para esta tecnologia na medicina reprodutiva, que muito provavelmente irá auxiliar cada vez mais os profissionais em cada tipo de procedimento”, finaliza.
Como ferramenta de auxílio para os profissionais da área, a expectativa é que a inteligência artificial, dentro de pouco tempo, colabore em processos como seleção de espermatozoides e no congelamento de embriões, assim como nas mais diversas cirurgias.