Hospital Moinhos de Vento passa a deter um dos maiores parques robóticos da AL

A partir desta semana, o Hospital Moinhos de Vento passa a contar com uma nova solução tecnológica para a realização de procedimentos, que é o robô Versius. Com a chegada do sistema, a instituição se consolida como detentora de um dos parques robóticos mais diversificados da América Latina. A realização simultânea de três procedimentos em três pacientes, de especialidades distintas e também utilizando plataformas diferentes marcou a ampliação e a qualificação do Núcleo de Cirurgia Robótica.

O urologista e coordenador do núcleo, André Berger, destaca que o conjunto de novas tecnologias aprimoraram os procedimentos e propiciaram maior precisão ao cirurgião. “Conseguimos ter uma visão em 3D e em alta definição. Além disso, contamos com instrumentos que têm uma flexibilidade muito maior que nosso próprio punho. São equipamentos delicados, que aliados a essa visão privilegiada, permitem uma cirurgia muito mais precisa e segura”, ressalta. O cirurgião robótico e urologista acrescenta que os resultados do Hospital Moinhos de Vento são compatíveis com os melhores centros robóticos do mundo e conta com a expertise para abordar casos complexos.

Os primeiros procedimentos cirúrgicos com o Versius estão sendo realizados desde o dia 12 de outubro e trata-se de cirurgias urológicas para problemas de próstata. Os três pacientes homens, na faixa dos 66 a 82 anos, foram operados e passam bem. Um deles tem câncer de próstata e já foi submetido a uma cirurgia no passado. Agora realizou uma reintervenção para tratar a doença. Outro paciente tratava-se de hiperplasia prostática benigna (HPB), que é o aumento da próstata. Neste caso, foi realizada a enucleação da próstata, que é retirada de parte dela. O terceiro paciente também foi tratado para HPB, com retirada de parte do órgão. Porém, também apresentava um aumento exagerado da bexiga, que foi reduzida no procedimento.

“Com a utilização da tecnologia robótica nas cirurgias de próstata conseguimos identificar melhor a anatomia e, com isso, separar o tecido da próstata dos tecidos que a envolvem, que são responsáveis pela manutenção de duas funções bem importantes, que são a continência e a potência. Com aumento da precisão, somos capazes de manter a eficácia oncológica, ou seja, retirar o câncer por completo, e ao mesmo tempo não afetar, ou afetar minimamente, as funções de ereção e de controle urinário”, afirma Berger.

Duas cirurgias foram lideradas por André Berger e outra pelo cirurgião Milton Berger. Além de uma equipe médica da urologia: Artur Paludo, Dorival Duarte Jr, Mauro Weiss, Daniel Freitas Soares e Leonardo Caldeira; o proctorurologista, Gilberto Almeida; os anestesistas Lucas Becker e Ildo Meyer; e a equipe de enfermagem e técnicos em enfermagem.

Para Mario Ferradosa, gerente geral da CMR Surgical da América Latina, o Versius traz muitos benefícios, não só pela qualidade das cirurgias minimamente invasivas, que já somam sete mil em todo o mundo, mas também para a gestão hospitalar. “É um sistema robótico com rápido reprocessamento dos materiais entre uma cirurgia e outra, além de agilidade para instalação em salas diversas, sem demandar infraestruturas complexas. Com a rápida recuperação dos pacientes, o tempo de internação é muito menor, reduzindo custos”, destaca Ferradosa.

Cirurgia robótica

A cirurgia “roboticamente assistida” permite ao cirurgião maior precisão durante todo o procedimento, com visualização por meio da visão 3D e alta definição além de instrumentos delicados com flexibilidade maior do que a da mão humana. Também há benefícios como a diminuição de sangramento e a redução da necessidade de transfusão sanguínea. “A cirurgia precisa e eficiente com cortes pequenos, leva a menos dor no pós-operatório, alta precoce e recuperação mais rápida”, destaca o cirurgião e urologista. Nos próximos dias, o Versius também será utilizado em cirurgia torácica, ginecológica e geral.

Segundo Berger, a partir da experiência de toda a equipe multidisciplinar do Núcleo de Cirurgia Robótica, serão determinados em quais casos deve ser usado um dos robôs que a instituição oferece. “É empolgante ter a possibilidade de se trabalhar com inovação. Isso vai totalmente ao encontro da política do Hospital Moinhos de Vento de investir em novas tecnologias e oferecer seus benefícios aos pacientes, elevando o patamar do cuidado em saúde”, afirma.

O Versius, lançado em 2019, foi projetado e construído pela CMR Surgical, uma empresa de dispositivos médicos sediada em Cambridge, no Reino Unido. O equipamento é aprovado para uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Parque robótico multiplataforma

Os sistemas robóticos Da Vinci, Rosa Knee, Cirq e Versius — recém-chegado à instituição —, fazem do Parque Robótico do Hospital Moinhos de Vento um dos mais diversificados da América Latina — com quatro plataformas. Berger destaca que os investimentos em tecnologias de ponta estão em linha com o novo posicionamento do Hospital Moinhos de Vento: de redefinir a saúde no Brasil.

A presença das melhores soluções tecnológicas disponíveis no mercado, faz com que a instituição seja destaque no cenário mundial da medicina. Cirurgias de próstata, por exemplo, já eram realizadas com o robô Da Vinci no Hospital Moinhos de Vento. Inclusive a equipe do Núcleo de Cirurgia Robótica encontrou uma solução para o possível incômodo provocado pela sonda, em casos específicos. Em 2021, a instituição foi destaque no British Journal of the Urology, com uma mudança de protocolo que propiciou a retirada da sonda no pós-operatório ainda antes da alta, cerca de 24h após a cirurgia. O caso foi inédito no mundo.

Em agosto, a instituição também realizou um feito inédito com o uso do braço robótico Cirq. A artrodese de coluna lombar foi a primeira neurocirurgia robótica da América Latina.

Related posts

ABSeed Ventures investe R$ 2 milhões na Clinia

Abramge criar comitê para conhecer profundamente os problemas da judicialização da saúde

Hospital PUC-Campinas inicia serviço de Telemedicina