No artigo Os Wearables da Saúde – A fronteira final na Medicina personalizada?, nós mencionamos que a nova fase dos wearables que estão chegando ao mercado e sendo integrada a sistemas digitais inteligentes e conectados a plataformas de analise de dados, permitirão a Medicina personalizada ser uma realidade mais quotidiana do que imaginária. E isto é um mundo totalmente novo, a ser desbravado.
Mas deixamos algumas perguntas no ar no artigo anterior: que tamanho tem este mercado, que desafios ele traz e quais os dilemas que enfrentaremos como usuários?
Antes de responder a elas, gostaria de compartilhar com vocês algo que me chamou a atenção recentemente ao assistir um programa no canal Animal Planet. Ele abordava sobre a vida dos lobos!
O programa mostrou um estudioso destes animais que conviveu um bom período com eles ao ar livre, tentando se inserir no grupo de lobos e aprender seus hábitos, relacionamento entre os membros da alcatéia (que são suas famílias), características de sobrevivência, dentre outras coisas. Bem, como dá para imaginar, o processo não foi rápido e nem simples…afinal, homem não é lobo, certo (exceto aquele do filme de Wall Street)?
No final do programa, o pesquisador havia conseguido seu intento, foi aceito na alcateia e era tratado como um membro. Parecia tão simples, aqueles lobos convivendo normalmente com o ser humano. Talvez alguém incauto chegasse a pensar: E se eu tivesse um lobo como animal de estimação? Ele até parece com um cachorro, não deve ser complicado, certo? Mas antes de se animar em comprar um destes lobos como animal de estimação, faça a “lição de casa” e entenda direitinho todos os aspectos que estão envolvidos ao cuidar destes animais.
Um site especializado em criação de animais selváticos deu algumas dicas, que iremos usar mais abaixo na analise comparativa sobre os Wearables: 1) Saiba o que é um lobo; 2) Informe-se sobre as leis locais para criar estes animais; 3) Analise o preço; 4) Converse com um especialista; 5) O adestramento é importantíssimo; 6) Lembre-se: lobos não são animais domesticados!
Voltando as perguntas que queremos responder nesse artigo, a primeira questão é: que tamanho tem este mercado dos Wearables para Saúde?
Segundo diferentes empresas de consultorias, os números do tamanho de mercado para os Wearables da Saúde são simplesmente gigantesco! Achamos praticamente previsões para todos os tamanhos e gostos, e os valores são de dezenas de bilhões de dólares já em 2020, como vemos no gráfico abaixo.
O fato é que com a velocidade em que se criam novos aparelhos vestíveis (os wearables), de como eles se integram em sistemas de dados inteligentes e a capacidade de sinergia com outros sistemas atuais de gestão, o potencial comercial e de adoção de diversas tecnologias digitais que meçam e controlem nossos sinais físicos é simplesmente imenso. É um processo irreversível, nós vamos usar um wearable da Saúde, quer percebamos ou não.
A segunda questão é: que desafios eles trazem? Bem a lista é extensa e não pretendemos esgotar o debate neste artigo. Mas já sabemos que há alguns desafios muito sensíveis aos fabricantes, aos usuários e aos que legislam.
Por exemplo, pense nestas questões: quanto tempo durará a bateria do seu wearable? Como recarrego a bateria e o que faço enquanto aparelho está sendo recarregado? Se o wearable tem função de medição de sinais vitais críticos, seus sensores estão ajustados para não dar falsos alarmes e prejudicar o usuário? Aonde ficam armazenados os dados coletados? Esses dados estão protegidos para evitar roubo ou uso indevido das informações pessoais? Como deve ser o compartilhamento dos dados, por determinação do usuário ou da empresa que gerência o wearable? Que leis e normas técnicas devem ser criadas, aperfeiçoadas e eliminadas dentro deste novo cenário da Saúde Digital? A lista simplesmente não acaba….
Finalmente, quais os dilemas que enfrentaremos como usuários?
A capa da revista TIME de 22 de setembro de 2014 (http://time.com/magazine/us/3326552/september-22nd-2014-vol-184-no-11-u-s/) trouxe uma intrigante provocação. Basta ver como somos dependentes de nossos smartphones e da Internet. Como os jovens, cada vez mais precocemente, são 100% digitais, e como se “desligar” do mundo digital está cada vez mais difícil. Tente ficar um dia sem seu celular… A era da pessoa conectada permanentemente (Never Offline) já chegou! E nossa conexão visceral com a Saúde Digital está apenas começando.
Seremos nós no controle, ou os controlados? Nossos dados serão usados a favor ou contra nós? Termos conhecimento instantaneamente do que acontece conosco na questão da Saúde, fará bem ou mal ao nosso emocional, físico e social? Estes são dilemas que deverão ser debatidos, estudados e no final deixados como uma escolha de cada indivíduo. Não parece caber aqui uma posição determinística, mas o exercício do livre-arbitrio será um dos fatores mais relevantes na maneira como cada um de nós se enxergará também como pessoa digital.
Na analise comparativa sobre dos Wearables, não esqueça: 1) Saiba o que é um wearable; 2) Informe-se sobre as leis locais para usar estes aparelhos; 3) Analise o preço deles; 4) Converse com um especialista; 5) O seu “adestramento” no uso dos wearables é importantíssimo; 6) Lembre-se: wearables não são simples sensores domesticados!
Tenha ciência de que lobos e cães são muito diferentes! Assim também, os wearables da Saúde Digital poderão parecer semelhantes e até “domesticáveis”, mas nem tudo será tão simples quanto parece aos nossos olhos se não entendermos como domar esta “fera”.
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No próximo Post traremos um novo tema relacionado a aonde a Saúde Digital nos levará?
Abraços a todos!
Guilherme Rabello, gerência Comercial e Inteligência de Mercado do InovaInCor – InCor / Fundação Zerbini.
1 comentário
Eu tenho essa Times, a reportagem é 10.