O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva à frente do Palácio do Planalto já passou da marca de 60 dias de governo. E as suas principais ações e mais repercutidas na mídia tem tido relação com a economia, como a aprovação da reforma tributária e a melhora das contas públicas do país. Contudo, a saúde é o tema que os brasileiros acreditam que o governo deve dar mais atenção. É o que mostra o Radar Febraban, pesquisa conjunta realizada pela Febraban e Ipespe.
De acordo com o estudo, 23% dos brasileiros acreditam que a saúde é a área que o governo Lula deve colocar em primeiro lugar entre as suas prioridades. Na pesquisa de dezembro de 2022, o índice estava em 17%. Os próximos temas apontados no levantamento mais recente foram emprego e renda (20%); educação (18%); fome/pobreza (11%); inflação e custo de vida (10%); corrupção (8%); segurança (4%); combate a atos golpistas e antidemocráticos (2%); meio ambiente (1%); e infraestrutura em áreas como estradas e saneamento (1%).
“A economia é um tema central na vida dos brasileiros, principalmente frente à persistência da crise econômica, e é uma área que costuma ser cobrada do governo federal. Contudo, ainda que a crise sanitária tenha melhorado, os números mostram que a pandemia segue forte entre as preocupações da população do nosso país”, avalia o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe.
O sentimento de que a saúde deve ser um assunto prioritário para o governo é maior entre as mulheres (26%) do que entre os homens (19%). Também é maior entre a faixa etária de 25 a 44 anos (24%), entre o grau de instrução do ensino fundamental (25%) e entre brasileiros com a renda familiar inferior a dois salários-mínimos (27%).
Em relação à economia, ainda 22% dos brasileiros acreditam que o pagamento de serviços de saúde e remédios tem sido impactados pelo aumento da inflação. Entre os respondentes da pesquisa, 4% afirmam ter dívidas com planos de saúde. E 6% pretendem fazer ou contratar um plano de saúde mais vantajoso.
O levantamento ouviu 2 mil pessoas entre 4 e 14 de fevereiro. Foi feito com um público representativo da população adulta brasileira acima de 18 anos de todas as regiões do país, com cotas de sexo, de idade, de localidade, de instrução e de renda. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.