Medtronic prevê beneficiar 20 mil pacientes na fila do SUS com cirurgias por vídeo

A multinacional Medtronic acaba de formalizar uma parceria com o Hospital do Rocio, instituição privada da região metropolitana de Curitiba, para que portadores de obesidade possam realizar a cirurgia bariátrica e metabólica por videolaparoscopia, método minimamente invasivo que permite uma recuperação mais rápida do paciente e que ainda é raro no SUS. Mais de 160 pacientes que aguardavam na fila do SUS (Sistema Único de Saúde) já foram acionados e operados pelo Hospital do Rocio.

A parceria integra um programa mais amplo da Medtronic denominado Pegasus (Programa de Especialidade e Geração de Acesso ao Sistema Único de Saúde), que deverá envolver 20 hospitais públicos e privados nas regiões Sul, Sudeste, interior de Minas Gerais e outras capitais durante os próximos três anos.

A Medtronic investiu cerca de R$ 1 milhão na criação do projeto. A expectativa é beneficiar mais de 20 mil pacientes neste período por meio de intervenções minimamente invasivas em cirurgia bariátrica e metabólica, aparelho digestivo, ginecologia e cirurgia geral.

O vice-presidente da Medtronic no Brasil, Felipe Barreiro, observa que hoje a rede pública de saúde oferece a cirurgia aberta que exige grandes incisões, maior índice de complicações e mais dias para que o paciente receba a alta hospitalar. A iniciativa comprova que os novos modelos de negócios baseados em valor agregado têm viabilidade para serem implementados. “Como o SUS só subsidia cirurgias abertas contra a obesidade, a Medtronic trouxe uma proposta diferenciada, reduzindo a sua rentabilidade. Como? Fornecendo dispositivos para procedimentos minimamente invasivos, com custo mais elevado por envolver alta tecnologia, pelo mesmo valor das tradicionais cirurgias.”

 Segundo Barreiro, com esse projeto, a Medtronic quer mostrar que os sistemas de valor agregado podem ser uma realidade no país, desde que todos os atores da cadeia pensem de forma compartilhada e coletiva. “Continuaremos atendendo às expectativas de lucro da empresa, porém com diferenças na rentabilidade, para poder ampliar o acesso à saúde, às tecnologias de ponta para atender os pacientes”, pondera.

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