A International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial para o setor privado, está apoiando um novo projeto para fortalecer os setores de saúde e higiene no Brasil e aumentar a capacidade de produção nacional com menor impacto para o meio ambiente. O financiamento de US$ 50 milhões — cerca de R$ 250 milhões — para a Fitesa, fabricante de não tecidos especializada no desenvolvimento de produtos para os mercados de higiene e saúde, ampliará a produção de material para fabricação de máscaras médicas, aventais hospitalares e outros equipamentos de proteção (EPIs).
Do total dos recursos, 65% serão destinados à troca de equipamentos mais sustentáveis na produção industrial, resultando na redução do consumo de energia. Eles fazem parte do plano de investimento da empresa para fortalecer a operação de suas duas principais plantas no Brasil, localizadas nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. A capacidade de produção de não-tecidos terá um aumento de 20 mil toneladas por ano, o que significa um crescimento de 17% do volume atual.
Para a IFC, o projeto atende dois dos principais desafios de desenvolvimento da região da América Latina e Caribe: a) melhora a competitividade e aumenta a produtividade e b) aborda as mudanças climáticas e apoia o crescimento sustentável.
Esta é a primeira operação da IFC com a Fitesa, e o projeto faz parte do Global Health Platform (GHP). O GHP é um programa da IFC de US$ 4 bilhões com o objetivo de mobilizar investimentos privados para diminuir as lacunas no fornecimento de serviços de saúde, principalmente após os efeitos da pandemia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o setor privado deve investir mais de US$ 60 bilhões para expandir as capacidades de fabricação e entrega de produtos de saúde para atender as demandas da covid-19.
“Ficamos felizes em desenvolver projetos que contribuam simultaneamente com o desenvolvimento econômico e ambiental do negócio. Esta fábrica receberá tecnologia inédita na América Latina, com potencial para diminuir o consumo de materiais de origem fóssil e o consumo de energia. Isso significa uma maior contribuição para a redução da pegada de carbono em nossa cadeia de valor, entregando para o mercado produtos da mais alta qualidade e performance em nível mundial”, afirma Sandro Nogueira, diretor global de tesouraria da Fitesa.
Com o projeto, a IFC cumpre seu papel de oferecer crédito de longo prazo, com condições que não estão disponíveis no mercado para o setor privado devido à escassez de recursos. O financiamento proposto está alinhado com o relatório Deep Dive de Têxteis e Vestuário da IFC, apresentado ao conselho de administração em janeiro de 2020, que incentiva os investimentos da IFC em empresas para aumentar a complexidade em produtos, processos e cadeias de valor.
“Uma das prioridades estratégicas da IFC no Brasil é incentivar ganhos de produtividade por meio da expansão das plantas e integração da cadeia de suprimentos. Dada a pandemia global, o papel do setor privado será fundamental para aumentar as capacidades regionais e locais de fabricação de equipamentos médicos e estimular a resiliência do sistema de saúde brasileiro”, afirma Carlos Leiria Pinto, gerente geral da IFC no Brasil.
A Fitesa foi fundada em 1973 para fabricar sacaria de ráfia, bases para carpetes e fibras para aplicações têxteis. Em 1989, começou a produzir não tecidos em Gravataí. Desde então, expandiu seu portfólio de tecnologias e se especializou no desenvolvimento de soluções inovadoras para os mercados de higiene, saúde e industrial. Atualmente, a Fitesa opera 23 unidades produtivas e 5 centros de inovação ao redor do mundo.