Metodologia DRG Brasil melhora assistência à saúde e gera economia aos hospitais

As transformações estruturais vividas pelo setor de saúde nos últimos anos têm exigido novas visões e posturas da gestão hospitalar. Entre elas, estão a busca pelo aumento da eficiência das operações, pela melhoria da qualidade da assistência, pela redução dos desperdícios e a geração de informações qualificadas. Estes são alguns dos pilares da metodologia DRG Brasil, especializada em gestão de saúde, com foco em qualidade assistencial e contenção a gastos desnecessários.

“Por meio da tecnologia propiciada pela plataforma do DRG os hospitais públicos e privados vêm aprimorando seu planejamento, seu monitoramento a avaliação da qualidade do cuidado e da eficiência na utilização de recursos e serviços no ambiente hospitalar. Com as ações adotadas e com práticas eficientes os desperdícios são eliminados deixando os hospitais mais eficientes podendo atender mais pacientes e oferecendo mais qualidade. Em resumo, vamos conseguir salvar mais vida”, explica  Renato Couto, médico e presidente do Grupo IAG Saúde e cofundador do DRG Brasil.

O DRG Brasil faz parte da parceria recém-lançada QualificaSUS que junto à Central dos Hospitais de Minas Gerais, Federação das Unimeds MG, Pós-graduação da Ciências Médicas, Fundação/Faculdade Unimed, Organização Nacional de Acreditação (ONA), Planisa e Sociedade Brasileira de Analistas de Informação em Saúde (SBAIS) disponibilizam produtos e serviços aos hospitais para cumprirem os requisitos do Valora Minaspolítica de atenção hospitalar do governo de Minas Gerais.

Segundo a Planisa, empresa especializada em soluções de gestão de saúde, e a Valor Saúde DRG Brasil, 53% das despesas hospitalares brasileiras são desperdícios possíveis de se controlar. Além disso, se essas falhas forem corrigidas, os ganhos assistenciais podem chegar a R$ 38,9 bilhões para o setor. “Um sistema de saúde baseado em valor é bom para todos. O paciente reduz seus danos físicos, psicológicos e seus custos. A sociedade garante maior acesso ao sistema de saúde e aumenta a competitividade de sua economia, os prestadores podem ser mais bem remunerados e os financiadores mais sustentáveis se controlar o desperdício”, destaca Couto.

O foco principal da gestão é aprimorar os processos das organizações aliando consultoria e tecnologia para simplificar, garantir acessibilidade, mudar resultados rapidamente e inovar com base na ciência e com foco na experiência transformadora do cliente. “A plataforma além de ajudar no compartilhamento da informação e do conhecimento, empodera o sistema de saúde para a entregar cada vez mais valor, sempre tendo o paciente como o coração de tudo”.

Mudar essa realidade na prática significa investir em ações como a otimização do giro de leitos, melhor administração do período de internação, acompanhamento de pacientes crônicos e de alta complexidade, por meio da marcação antecipada de consultas de retorno, evitando a reinternação; a ampliação do acesso à população aos serviços públicos de saúde; e a valorização dos atendimentos de atenção primária, preservando o paciente do agravamento de doenças que possam levar à hospitalização.

Sobre a metodologia DRG

A metodologia DRG — sigla para Grupos de Diagnósticos Relacionados, do inglês Diagnosis Related Groups — propõe sistematizar os recursos consumidos pelo hospital a cada paciente internado. Ela é usada para aperfeiçoar os atendimentos, o modelo remuneratório e a gestão de saúde como um todo por governos, hospitais e operadoras em inúmeros países.

“A entrega de valor deve ser o objetivo dos sistemas de saúde, a fim de evitar desperdícios e falhas que prejudicam a assistência ao paciente e os resultados alcançados. Valor em saúde é determinado pela qualidade assistencial dividida pelo custo, alinhado a uma experiência positiva do paciente em sua trajetória no sistema de saúde. Já o inverso de valor é o desperdício”, declara a também presidente do Grupo IAG Saúde e cofundadora do DRG Brasil, Tania Grillo.

Breve histórico

O projeto e desenvolvimento da metodologia DRG teve início nos anos 1970, na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, sob a coordenação dos professores John D. Thompson e Robert B. Fetter. A primeira aplicação em escala aconteceu ainda nesta década, no estado de Nova Jersey. Em 1982, o programa foi implantado no Medicare, o sistema de seguros de saúde gerido pelo governo norte-americano.

Ao fim da década de 1980, a metodologia foi disseminada para outros países, com ajustes às demandas específicas da realidade local. No Brasil, os estudos tiveram início em 1991; em 1997, pesquisadores brasileiros testaram a classificação DRG para gestão de hospitais na região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, tanto em instituições públicas quanto privadas: eles concluíram que o método fornecia informações acerca do perfil da complexidade da atenção hospitalar e contribuía para o monitoramento e aprimoramentos dos hospitais.

Hoje, com a metodologia DRG totalmente ajustada ao perfil brasileiro, desfechos assistenciais e consumo de recursos tornam-se comparáveis e previsíveis. Isso porque os pacientes agrupados em um mesmo DRG (produto assistencial) possuem características clínicas e de risco similares, determinando uso de recursos — diárias e insumos — também similares.

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