O Einstein inaugura no dia 17 de abril seu Centro de Inovação em Manaus. O novo espaço reafirma o compromisso da organização em impulsionar a equidade por meio de pesquisas e do desenvolvimento de tecnologias que levem mais acesso e qualidade à saúde e atendam, principalmente, às necessidades locais.
A unidade terá como foco desenvolver projetos de inteligência artificial, telemedicina e big data, por meio da Lei da Informática na Amazônia (8.387/1991). Além disso, há abordagens inovadoras voltadas a investigar os impactos das mudanças climáticas na saúde, em especial em comunidades remotas e vulneráveis, e na promoção do empreendedorismo em saúde, com incentivo à criação de startups e apoio a projetos que contribuam para o avanço da saúde.
“Temos como compromisso contribuir continuamente para ajudar a superar o desafio de ampliar o acesso à saúde de qualidade para uma parcela maior da população”, afirma Sidney Klajner, presidente do Einstein. “O Centro estará focado, entre outros projetos, em desenvolver soluções inovadoras que reduzam iniquidades”, diz.
Este será o quarto Centro de Inovação do Einstein no país, que já conta com estruturas em São Paulo e em Goiânia. A escolha de Manaus se deu por seu potencial de desenvolvimento tecnológico e de sua bioeconomia, que oferecem oportunidades únicas para inovações que promovam a intersecção entre a biodiversidade e a saúde humana. “Ao estabelecer mais um centro, não apenas alavancamos a abrangência do nosso ecossistema de inovação, mas o conectamos com os potenciais desenvolvimentos ligados à biodiversidade local e à sua conservação”, diz Henrique Neves, diretor geral do Einstein.
Projetos vigentes
A região Norte do Brasil ainda enfrenta desafios ligados à carência de especialistas médicos e às complexidades socioeconômicas e geográficas, que dificultam o acesso à assistência. Um exemplo é o índice de mortalidade materna, que, segundo destaca o Relatório Luz da Sociedade Civil da Agenda 2030, foi de 150 mortes para cada 100 mil mulheres em 2021. O documento aponta que os óbitos ocorreram principalmente no período puerperal e resultam de problemas crônicos, entre eles a baixa qualidade pré-natal, falta de leitos adequados e dificuldade de acesso. “Nesse sentido, o Centro do Einstein em Manaus chega para desenvolver projetos que visam abordar os desafios enfrentados pela população regional”, afirma Rodrigo Demarch, diretor executivo de Inovação do Einstein.
Dentre as iniciativas, com fomento da Fundação Bill e Melinda Gates, uma das ações está direcionada à implementação de um projeto de telemedicina voltado para a identificação precoce de casos de gravidez de risco. Na prática, o sistema “escuta” as informações e queixas da paciente e, por meio de IA generativa que utiliza Modelos de Linguagem Grandes (Large Language Models – LLM, na sigla em inglês), faz sugestões de perguntas para ajudar o profissional que estiver conduzindo o atendimento. Entre as IAs testadas, há alguns modelos que estão sendo “retreinados” pelo time de ciência de dados do Einstein, cuja customização é feita com base em um banco de informações científicas, como protocolos e guia de boas práticas assistenciais, selecionados por especialistas da organização. A ferramenta é utilizada em um contexto de pesquisa. O projeto está em andamento desde setembro de 2023.
Com o aporte do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), outra ação envolve a criação de um algoritmo de diagnóstico de leishmaniose. A ferramenta, que funciona offline, utiliza fotos de lesões de pele, facilitando o acesso ao rastreio da doença em áreas remotas onde os recursos de saúde são escassos. A pesquisa será realizada com apoio da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, de Manaus.
Além dessas iniciativas, para fomentar a criatividade e a inovação na área de bioinformática, o Centro implementou um programa, com duração de 12 meses, que concederá 20 bolsas de incentivo para auxílio no desenvolvimento de ideias inovadoras, com o apoio do Grupo Bemol e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A proposta é impulsionar a pesquisa e a tecnologia na região. Nesse sentido, os bolsistas passarão por capacitações em diferentes temas, incluindo propriedade intelectual, biodesign, modelo de negócios.
O Centro já conta com uma equipe dedicada e é credenciado no Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA), conforme previsto pela Lei da Informática da Amazônia (8.387/1991).