A cada dia, cinco leitos de internação do Sistema Único de Saúde (SUS) foram fechados em todo o Brasil, nos últimos 13 anos. Em 2010, o País dispunha de 335 mil leitos públicos, aqueles destinados a quem precisa permanecer num hospital por mais de 24 horas. Já em 2023 essa quantidade baixou para 309 mil, ou seja, uma redução de 8% no total. No total, a perda chega a 25 mil unidades.
O levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) foi feito com base no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), mantido pelo Ministério da Saúde, que considera todos os leitos de internação existentes no País. Os dados revelam que mesmo o aumento no número de leitos de internação do SUS dos tipos clínico e cirúrgico não foi suficiente para superar a perda de outras modalidades (pediátricos, psiquiátricos e obstétricos, entre outros).
A queda mais acentuada se deu nos leitos psiquiátricos: entre 2010 e 2023, mais da metade das 38 mil unidades desta natureza foram fechadas. Restaram 16 mil. A diminuição dos leitos pediátricos também foi grande no período. Em 2010, havia 51 mil, mas 13 anos depois (em 2023), eram 37 mil (uma redução de 15 mil leitos, ou seja, 28%). O mesmo aconteceu com os leitos obstétricos. No período, 7 mil unidades deixaram de existir (17% do total).
Considerando apenas os leitos pediátricos, psiquiátricos e obstétricos, entre 2010 e 2023, o Brasil perdeu 44 mil leitos. Em termos percentuais, a queda nas três especialidades mencionadas é de 33%, no período analisado. Isso implica na suspensão de oferta de serviços em, em média, nove leitos pediátricos, psiquiátricos e ginecológicos por dia ao longo desses 13 anos.