Femtechs ganham mercado e mostram o caminho para empreender com impacto

Apesar de as mulheres representarem metade da população do planeta, as empresas que atendem às suas necessidades específicas de saúde compõem uma parcela minúscula desse mercado global. É neste cenário que surge um nicho promissor para os próximos anos dentro do segmento das healthechs: as chamadas femtechs.

De acordo com o Femtech Landscape de 2021, o mercado mundial de saúde da mulher deve atingir US$ 1,186 trilhão em 2027. A oportunidade de negócio no setor aqueceu a partir da constatação de uma fragmentação quando olhamos para a saúde da mulher – resultado da falta de empresas que ofereçam uma jornada completa de cuidados e tratamentos. Marina Ratton, CEO da Feel e Lilit, femtech que desenvolve produtos para o bem-estar íntimo feminino, diz que mesmo que o mundo dos negócios esteja, atualmente, aberto às mulheres empreendedoras, dentro desse universo, há um segmento das startups que continua dominado pelos homens. Atualmente, apenas 4,7% dessas empresas são fundadas exclusivamente por mulheres, que ainda têm dificuldades para captar investimentos e tirar suas ideias do papel.

“Como mostram os estudos, menos de 5% das startups são fundadas exclusivamente por mulheres e muitas delas são femtechs, ou seja, desenvolvidas para ajudar outras mulheres na busca por melhor qualidade de vida e prazer na intimidade. Nosso objetivo é tratar essas dores por meio da criação de produtos e serviços voltados para saúde, para que elas se sintam bem e seguras”, explica Ratton. 

O relatório também revela que existem 97 condições de saúde que afetam mais ou exclusivamente o sexo feminino e que, portanto, podem ser exploradas pelas femtechs e por seus investidores. Apesar de estarem em ascensão no Brasil e no mundo, essas startups recebem uma parcela pequena dos investimentos destinados a empresas de healthtech, o que dificulta a jornada das empreendedoras.

Para Flávia Mello, cofundadora do Sororitê, rede de investidoras anjo do Brasil, destaca que para acelerar esse movimento é preciso educar investidores sobre esse mercado, que constantemente é desprezado nas estratégias de portfólio. No Brasil, menos de 5% das startups foram fundadas exclusivamente por mulheres, de acordo com o Female Founders Report 2021. “A chave para vencer essas barreiras está no empoderamento e sororidade entre mulheres. Mesmo com o alto risco de investir em negócios em estágio inicial, existe uma gama de oportunidades de empreendimentos femininos que precisam de apoio e investimento. Com o Sororitê, queremos abrir portas para que mais mulheres prosperem. Estamos conectando dinheiro à grandes ideias inovadoras e isso é transformador em diversos sentidos: na sociedade, que tem mais fomento para inovação e para empresas em estágio inicial; para mulheres, que podem tirar seus planos do papel e prosperar economicamente; e para investidoras, que estão conhecendo novas modalidades de aporte de capital e sofisticando suas técnicas de avaliação do potencial de crescimento de negócios”, diz.

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